quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

E no final, a chuva lava as almas feridas. Como se alguma coisa pudesse nos dar a esperança de que as coisas sempre serão melhores, de, como diria minha mãe, que as coisas vão melhorar. Pura babaquice. Você faz as coisas serem boas ou ruins, é só olhar suas pequenas atitudes de grande importância. Quando eu escrevo, não penso. Só saio escrevendo o que me vem na mente. É assim que não vejo o que escrevo e me muito surpreendo depois. Tenho estado sempre sentada aqui em frente ao computador, escrevendo, escrevendo e escrevendo. Sem ninguém pra falar, sem nenhum canto a residir. Me senti tão vazia quanto um rio durante a seca. Me dizem que é fome. Fome de viver, de sofrer, de ter alguma coisa aqui dentro sentindo, eu preciso sentir que eu ainda estou viva. Preciso acordar e não me sentir indisposta, sem lugar no mundo, sem coisas a ter que evitar, sem pessoas me dizendo que eu sempre sou a errada das coisas, e que no final, acabo sendo tão útil quanto um encosto de porta. Ah, aquela porta. Aquela porta que eu sempre esperei que fosse arrombada ou derrubada com a maior brutalidade possível por algum príncipe ou ogro ou qualquer criatura mágica que me tirasse dessa mesmice que tenho que suportar todos os dias em que respiro. Fico só ouvindo a chuva lá fora, esperando dias melhores, ou noites também. Não dizem que quem espera sempre alcança? Outra babaquice. Não espere ninguém vir bater na sua porta com seu sonho pronto na mão não, até porque isso seria muito chato. Dá uma sensação boa na gente quando nós conquistamos uma coisa com nosso mérito próprio. É bom a gente correr atrás, literalmente, dos nossos sonhos. E daqui pra frente, eu vou fazer isso. Mesmo que minha vontade seja desistir mesmo antes de começar a jornada. Mas eu tenho a única coisa que tem me restado nos últimos tempos: fé. Em Deus, em alguma coisa aí. Só preciso acreditar e não desistir, mesmo com tendo baixas dolorosas pelo caminho. Como diria Caio Fernando, cuide-se e be happy. Seja feliz. Eu vou ser feliz. Eu vou chegar até onde eu quero, e além.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Era cinco da manhã quando eu escrevi esse texto. O amanhecer depois de uma noite vazia. Mais uma delas, aliás. E o problema é justamente este: noites vazias. Estou realmente cansada de ver sempre o sol entrando pela minha janela e eu ainda me sentir sozinha. Estou cansada ser a vítima da história, a patinho feio. Estou cansada da rotina de me ser, estou cansada das obrigações, das mentiras que eu conto todos os dias pros outros e pra mim. Sempre busco a saída mais fácil. É, sempre na porta da escape mais próxima. Dizer que estou cansada me faz sentir cansada. Então, pararei com isso. Como disse, já são cinco da manhã e eu estava dormindo o tempo todo na minha vida. Mas agora eu acordei. Acordei porque dei conta de que se eu não lutar pelas coisas que eu quero ninguém o fará por mim. Não posso prometer nada, mas vou tentar fazer as coisas diferentes daqui pra frente. Eu não quero perder mais nada.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Hoje quando eu caí no chão, eu jurei pra mim mesma que eu iria lutar por você, e ficar com você. Simplesmente porque durante toda a minha vida você foi a única pessoa que conseguiu mexer bem dentro-dentro de mim, tocar lá no fundo, entende? Nunca adiantou fechar os olhos pra tentar te apagar da minha memória, porque tudo que eu sempre vi foi você e seus olhos penetrantes, me enxergando, me vendo de verdade. Há pessoas que me olhavam, mas não me viam realmente, sabe? E você conseguia me ver de uma forma tão fácil, baby. Aliás, nem sei se pode mais. E hoje só me restou esse chão frio dessa sala de um apartamento qualquer, encostada na porta como aquelas mocinhas de filmes, tentando sentir o que elas sentiam quando estavam na minha situação. Mas tudo que eu conseguia era chorar. Chorar por tudo que eu perdi, por tudo que eu tinha deixado de fazer. Andava tão simples, porque eu sou uma coisa simples de ser decodificada. Eu ando querendo assim meio que de vez em quando, se puder, que você fique comigo. Te ofereço um lugar quentinho aqui do meu lado no chão frio. Um lugar bem localizado, te digo. Bem dentro-dentro do meu coração.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Ando cansada. Talvez muitos digam que eu não deveria estar por não fazer quase nada – além da árdua tarefa que é continuar existindo em um mundo de idiotas – e outros talvez digam que meu ser é de grande desvalia para o resto da humanidade/hipócritas. Estou cansada por dentro, cansada de ter que aceitar muitas coisas de cabeça baixa, de ter que ficar parada no meio do abismo vendo as pessoas que eu amo se jogarem do penhasco, cansada de ser tão só somente eu que venho pensando, uma novidade para muitos, em fazer uma mudança geral. Isso talvez ocorrerá quando a tal canseira de mim sair, e permitir que alguém me toque e me veja tanto por dentro como eu me vejo todos os dias sem precisar me olhar no espelho. Estou cansada de sempre escrever coisas bonitas e não poder pensar em alguém. Talvez aja defeito no mundo, ou só apenas no meu cérebro que tanto me obriga a fantasiar. Não a portas para escape, baby. Há só cansaço. Há só falta de amor ou abundância dele sem estar sendo utilizado.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Mas que droga é essa que acontece quando chega essa época do ano? Que droga de separação-não-autorizada é essa que eu estou vivendo? É sempre assim. Chega dezembro, essa época meio natalina demais para o meu gosto, e todo mundo some, se dispersa uns dos outros como se o ano inteiro tivesse sido um amontoado de nada. Não se tem mais notícia de ninguém, e nem na internet você consegue achar alguém pra conversar. Parece até que as pessoas sofreram uma abdução coletiva, seqüestro coletivo, sei lá. Só sei que eu odeio essa época do ano. Odeio com todas as minhas forças um tempo que eu fico me perdendo cada vez mais das pessoas que eu amo, e que sentiriam minha falta, algum dia. Posso contá-las nos dedos, e ainda sobra espaço. Chega de se perder, o negócio agora é estar junto, cada vez mais junto... só junto.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Bom, o drama acabou não é? Estamos todos sobre as verdades. Acabaram-se as ilusões em torno de mim e você, acabaram as esperanças, aquela que se julgavam as mais fortes. Mas e eu digo: e daí? Você cresceu em mim de uma maneira tão insuspeita que pode sair de mim da mesma maneira fútil. Não vou negar que chorei por você algumas vezes. Mas de alguma forma, as águas que se moviam dentro de mim e que faziam as lagartas virarem borboletas dentro do meu estômago ficarem feito loucas sumiram. Talvez tenha sido de uma hora pra outra, ou talvez elas nunca tenham estado lá, eu apenas tenha imaginado todo esse amor por puro desespero. Quando se está só, paredes criam vidas, criam amores ao vento. E foi uma pena você ter voado na primeira brisinha boba que se deu.