terça-feira, 23 de setembro de 2014

The Depression Diaries, nº 26 - Stupid little girl with stupid dreams

Às vezes imagino o que as pessoas que convivem comigo na vida real pensam de mim; de como ajo, de como respondo às coisas, de como sou. Depois de tanto tempo, provavelmente já se acostumaram a me ver triste e assumem que é uma coisa que vou superar sozinha.

Talvez.

Não porque eu não preciso da ajuda de ninguém, mas porque me acostumei a não ter a ajuda de ninguém. 

Às vezes eu penso que eu só queria poder ter com quem falar. Com quem conseguir falar. 
Garota estúpida com estúpidos sonhos que nunca aprende.




"With such a hell in your heart and your head, how can you live? How can you love?"
 Fyodor Dostoevsky, The Brothers Karamazov 

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

The Depression Diaries, nº 25 - Piada

Eu sou uma piada. Minha doença é uma piada, uma história que se conta aos outros pra eles se sentirem melhores quando algo de ruim acontece com eles. Sou uma piada de quem não tem a mínima disposição de me entender e prefere achar que tudo é sobre eles, por causa deles quando tou na mais profunda merda desse poço. "EU fiz alguma coisa pra ti? EU tenho alguma culpa?" Puta que pariu, se tem uma coisa que eu me importo menos nesse momento é com as coisas que os outros fazem. Eu não dou a mínima, e é recíproco. Cada vez mais me sinto uma decoração de sala que as pessoas já estão acostumadas a ver e ignorar. Mas as piadas sempre aparecem. Tanto no meu círculo social quanto dos meus próprios psiquiatras. Só posso ser eu a porra da culpada por ser tão imbecil assim. O bom mesmo é que eu não tenho mais nenhum amigo nessa cidade e devo um total de 0 satisfações. Era só uma questão de tempo até todo mundo ir embora.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

The Depression Diaries, nº 24 - Fake plastic me

É muito difícil estar sozinha. É alguma coisa que eu não sei mais, mas que só sinto. Esse vazio que procuro quando tenho que me lembrar do porque tou sobrevivendo a isso. Geralmente porque tem pessoas que se importam comigo, que me amam, etc. Se eles tem medo de conviver comigo nesse estado, imagina eu. Eu queria ser alguém que a presença não fosse tão pesada, alguém que conseguisse expor claramente o que pensa e sente. Mas não sou. Eu consigo escrever, mas a força desse contra ataque é pequena demais, quase inútil. Ninguém me lê mais porque tá cansado de sentir pena de mim, de rir quando eu digo que preferia ter morrido a ter saído de casa. Eu perdi a graça pras outras pessoas, e então elas preparam o terreno pra partir. É difícil, claro. Eu continuo me adaptando, mesmo sem querer, mesmo sem ter nenhum amigo ou parente pra me apoiar de de verdade. Pra quê eu ainda não sei, talvez eu descubra. Ou não. Depois de um certo tempo não há mais palavras para serem ditas. Todos os pedidos de ajuda se desvanecem e eu também, e eu também.