domingo, 8 de março de 2015

The Depression Diaries, nº 36 - People get tired of you being sad

Uns bons anos atrás quando comecei a usar a internet e frequentava muita lan-house, minha mãe pediu pra que eu pesquisasse sobre a síndrome com a qual minha irmã mais velha nasceu (síndrome de turner). Sempre ficou na minha cabeça que desde que entrei em depressão ela nunca nem demonstrou interesse em se informar mais sobre minhas doenças, sobre como é viver desse jeito, o que causa etc. Sabe porque? Porque ela não acredita que essa isso tudo é real, de verdade. Eu não tenho raiva disso, sabe. Juro. Já tive, mas hoje eu meio que entendo. As pessoas ficam assustadas quando você fica doente. É por isso que eu escondi por quase um ano da maioria das pessoas na minha vida que eu tinha depressão. Eu evitei ir em médicos, evitei deixar que as pessoas percebessem. Porque eu sabia que elas iam ficar assustadas. Em um minuto tudo vai de normal à diferente, um olhar diferente, um toque diferente. Você sempre está triste e isso se torna mais do que habitual. Você se torna uma pessoa triste, não como um sentimento que você possui em determinados momentos, mas você se transforma no embodiment (eu esqueci a tradução) da tristeza. Talvez eu devesse mudar meu nome pra Tristeza Macedo. Eu não quero ficar sozinha, eu juro. Eu to cansada de ficar sozinha. Mas me soa tão doloroso deixar outras pessoas entrarem nessa bagunça que é minha vida. Há tanta culpa envolvida, tanto sentimento envolvido. Eu sei que eu não sou a melhor das pessoas nem a mais altruísta nem nada dessas qualidades boas que todo mundo geralmente tem. Eu só queria... queria............................ sentir que eu existo. Sentir que eu ainda pertenço. Que pertenci. Queria aprender a sentir que não preciso criar expectativa sobre ninguém. Porque ninguém nunca vai chegar nem perto do que eu queria. E eu queria tão pouco. Eu só queria um lugar uma pessoa uma coisa certa nessa vida. Algo seguro. Algo. Algo.

"Nothing's lost forever. In this world, there is a kind of... painful progress. Longing for what we've left behind and... dreaming ahead. At least I think that's so."
Tony Kushner, Angels in America