domingo, 28 de fevereiro de 2010

Pieces lost.

Sou dividida em partes. Há partes de mim que odeiam, xingam, tripidiam, magoam. E há partes de mim que sangram, choram, sentem medo. Sou como todo mundo, sou o que ninguém jamais irá conhecer. Conheço pouco de mim, e não pretendo descobrir o resto. Todo dia é uma nova surpresa, todo dia sou uma pessoa nova, mesmo que os erros e mágoas ainda estejam vivos em mim. Apenas estou à procura de me amar.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Just like a star.


Uma vez pediram para que eu me descrevesse. Mas como é que eu vou falar de mim se eu não sei quem eu sou? Em um dia sou a miss simpatia do ano, e meia hora depois sou a pessoa mais introvertida do planeta. Uma hora odeio, outra hora amo. Entro em contradição o tempo todo. Dizem que não se pode julgar uma coisa à primeira vista. Por isso que se eu não vou com a cara de algo ou alguém, volto no dia seguinte ou para confirmar  minha teoria ou para mudar de opinião. Falo muito e falo pouco também. Nunca soube amar, cuidar, preservar. Sou tudo e sou o nada. Sou o céu e sou o inferno também, dependendo do dia em que eu esteja. Sou poeta, sou aventureira e sou caseira também. Detesto poesia. Amo pensar e de vez em quando detesto escrever. Copio, crio, descopio, modifico e descrio. Não sou nada do que você vê. Em parte sou o que sinto, sou o que vejo, sou o que eu absorvo, sou os pássaros, sou o café, sou o que você não pode ver, sou alguém diferente de cinco minutos atrás. Sou uma eterna mu-dan-ça.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

You don't see me

No ano passado, eu não sabia quem eu era de verdade. E ainda acho que não sei. De vez em quando me sinto tão vulnerável que tento fugir na primeira brecha que vejo. Não sei usar amor, às vezes parecem farpas, como disse a Lispector. Não sei amar. Nunca soube. Eu sou poeta e não aprendi a amar, como disse Cazuza. Tenho em mim um mecanismo de defesa tão forte que me impede de começar qualquer coisa. Porque sempre acabo magoando alguém. E me magoando. Sempre fiz muito mal a quem sempre me amou. As poucas pessoas, é claro. As poucas pessoas que se arriscam a me entender. Tenho me sentido tão mal vendo a minha capacidade de amar sendo destroçada por mim mesma, e pelas situações que nunca foram do jeito que eu queria. Acho que tudo que é forçado, do tipo demonstrações de amor, me soa meio falso. Nada de olhos, palavras ou ervas daninhas. Ainda posso sentir o gosto das lágrimas no travesseiro. Eu, o mundo e Deus. Nada mais que atravesse a barreira do interno. Eu não quero mais magoar ninguém.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Make the difference.

Se você tem um sonho e quer realmente torná-lo real, corra atrás. Não deixe pra depois. Coloque um foco na sua vida e o alcance. Tudo vai valer a pena. Passe a adorar as pessoas que dizem que você não vai conseguir só pra ter o gostinho de quando você chegar lá, esfregar na cara da pessoa o que você conseguiu com o seu esforço. Para mim, todas as pessoas que dizem ou acham que eu não vou conseguir tudo que eu almejo são apenas mais um incentivo. Me sinto tão instigada a provar que essa pessoa está errada que acabo tendo mais um motivo para ser tudo que eu vou ser. Aprendam uma coisa: o impossível não existe. O impossível é uma questão de opinião. O impossível é apenas uma palavra. O impossível é para quem não tem fé. O impossível é possível até que se prove o contrário.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Perfection is U-T-O-P-I-A.

Enquanto as pessoas ainda acharem que precisam de um príncipe ou princesas para serem feliz, elas nunca vão achar a felicidade verdadeira. Você ama uma pessoa pelo o que ela é, não pelo o que ela parece ser. Às vezes criamos uma coisa tão grande sobre alguém que acabamos acreditando que tudo que ela é realmente é o que criamos na nossa imaginação. Enquanto não se aceitar os defeitos do outro, ninguém poderá nem amar nem ser amado. Acho engraçado o quanto essa busca incansável por alguém do jeito que você imagina acaba te frustrando em algum momento. Todos nós somos seres humanos e como humanóides que somos, sempre cometeremos erros. Sempre vamos magoar alguém. Sempre vamos querer mais do que se pode ter.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Chariots of fire.

Houve tantas vezes que eu quis deixar tudo pra trás. Tantas vezes em que eu quis desistir mesmo antes de sair da linha partida. Mas então eu me via daqui há uns 10, 15 anos. E o que eu queria ser se afastava cada vez mais à minha desistência. E é por isso que eu tento tanto. Tento dizer a mim mesma que tudo isso vai valer a pena, que tudo vai ficar bem no final. Tudo será como eu desejo. Uma amiga uma vez me disse que não se pode ter medo dos obstáculos mesmo antes deles chegarem. E acho que ela tinha razão. E eu também acredito demais em mim para desistir tão fácil. Quando eu chegar lá, porque eu vou chegar, eu vou lembrar disso tudo apenas como obstáculos vencidos. Obstáculos vencidos dentro de mim mesma.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

But everything is over.

Dias longos sozinha me fazem pensar. Pensar em tudo o que eu perdi, quem eu magooei e quem eu estou magoando agora. Não sei se me sentir sozinha é apenas um fato constatado ou um estado constante da minha parte. Só tenho medo de chegar ao fim dos meus dias sozinha. Tenho medo de fazer mal a tanta gente, mas tanta gente que no final ninguém mais suporte meu humor surtado bipolar. Tenho ouvido a mesma música repetidas vezes esses dias. Quis ter alguém pra pensar quando essa música começasse a tocar. Mas não tenho. Nem sei se algum dia eu vou ter. São tantas tardes perdidas e acabadas que às vezes tenho uma vontade de deixá-las mais desinsossas. Porém cadê o motivo inspirador? É tão verdadeiro quanto o coelhinho da páscoa. Na verdade, tenho que aprender a pensar em mim de vez em quando. Dar uma atenção especial pra um alguém tão abandonado. Se algum dia alguém puder me ver de verdade, vai ver toda a dor que eu carrego aqui dentro. Tudo isso é tão pesado e sufocante que de vez em quando queria uma saída pela tangente. Gostaria de poder abrir um zíper nas minhas costas e sair do meu corpo em alguns momentos. Ou só ouvir aquela canção novamente e pensar em tudo o que nunca nem ao menos existiu.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

make me feel.

Tenho novamente aquela sensação de perda incondicional. Me sinto como se estivesse numa sala, em que todos estivessem indo embora e eu ficando pra trás. Nada é como era antes. Nada nunca será. As pessoas mudam, amizades são abaladas e sentimentos que nunca existiram são libertados. Tento não olhar o amanhã de forma insegura, mas tudo o que há misturado dentro, bem dentro de mim está me sufocando. Tenho medo de que esse descarrego emocional/psicológico seja em alguém que não mereça isto. Venho carregando um sentimento tão profundo de carma em nunca-magoar-ninguém-amado que tenho que extravasar pelos olhos para que essa dor passe um pouco. Se leio ou escrevo coisas tristes, fico triste. Cavo até achar um motivo para ficar triste. Não há como ser alguém que eu não sou nem por apenas um momento. Andei tão sozinha ultimamente que já não sei mais o que era-se antigamente. Dos resquícios de felicidade até ao apogeu das lágrimas. Tudo tem sido estranho, diferente, desincondicional, passageiro.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Forgive me, I trying to find.

Parece incrível depois de todos esses anos ainda ter essa sensação de vazio constante dentro de mim. Tenho quase certeza de que essa coisa que eu sinto nunca vai ter fim, sempre vou estar no fim das fotos; sempre vou estar sozinha enquanto todos estiverem rindo; sempre vou ser a última a ser lembrada para os casamentos dos amigos. Já deveria estar acostumada, mas quem é que se acostuma a ser sozinho? Talvez eu, a única alien desse planeta. Me sinto como o pequeno príncipe, só que sem até mesmo a rosa. Ainda não me cativaram, e acho que nunca vão cativar. Tu te tornas eternamente responsável pelo o que cativas. Bem, eu acho que nunca cativei ninguém, então dessa responsabilidade estou dispensada. Olhar as estrelas e não pensar em alguém é mais triste do que pensar em alguém que está longe. É como se todos fossem os pinguins cantores e eu fosse o Happy Feet que dança. Quer dizer no meu caso, que escreve. Escreve e fecha-se no seu mundinho de fantasias. Tento não fantasiar, finjo que não imagino minha vida diferente, alegre e cheia de "vida", mas imagino. Imagino-me vivendo, e não apenas existindo. Me contradizo, me espeto, esfrego na minha própria cara que vou sempre estar sozinha num quarto em novembro. Acho que de tanto repetir findei crendo nisto.

Look to you, look to me.

Eu sempre passei a maior parte do meu tempo observando as pessoas, olhando o que elas fazem. E se tem uma coisa que eu aprendi é que não importa o quão a sua "imagem" tente ser maior do que você é por dentro, faça as pessoas te verem. Às vezes dá certo, outras não. O que importa é as pessoas certas te verem.

Jaci M.