domingo, 24 de janeiro de 2010

sábado, 9 de janeiro de 2010

Nem tento mais me descobrir, muito menos saber o que eu quero, porque eu acabo querendo tudo. Quero flores, quero espinhos, quero chocolates e frutas amargas. Quero aventuras e quero também algum tipo de segurança. Quero amigos e quero ficar sozinha, quero ser compreendida e quero que alguém me ligue de madrugada e diga: "Eu estou pensando em você, e não consigo dormir." E quero poder dizer que eu posso ser tudo e posso ser nada, posso ser tão inteira quanto tão vazia. Firo fácil e sou raramente domada. Sou uma pessoa de manhã, e outra à noite. Sou tudo que vivi e tudo que escrevi, sou tudo que você vê e o que não vê também. Sou e não sou, apenas quero a dor pra sentir que ainda estou viva. Pra você, essa dor se chama amor. Ou qualquer coisa que me dê adrenalina e faça meu coração bater a mil por hora. Quero ser seu sonho mais divertido, quero ser o que você pensa antes de dormir. Quero tudo, quero nada. Talvez não seja nessa vida, mas tudo que eu quero vai ser real, vai ser tocável. Eu ainda acredito que as estrelas brilham por um motivo: para que a gente nunca deixe de acreditar que quem tem um sonho não se cansa nunca.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

11 da manhã. Eu com 8, e você com 9 anos. Eu era uma menina meiga, talvez inocente demais pras crianças da minha idade, que já estavam começando a se maquiar e deixar as bonecas de lado. Você, com seu sorriso doce e encantador, e aquele olhar que me dizia pra eu ser mais forte, e confiar em nós. Estávamos no mesmo lugar de sempre, eu sentada na ponte que ligava um lado do bosque ao outro, e você ainda aprendendo a pescar, porém tinha muito sucesso no que fazia. De vez em outra, segurava minha mão e prometia sempre estar comigo, e que não iria nunca me deixar cair. Certo dia à tarde, botei na cabeça que devia usar salto alto. Entrei no quarto da minha irmã mais velha sem que ela percebesse, e peguei o mais bonito, aquele que ela era apegada, e os calcei. Foi quando me veio a louca idéia de descer a escada com ele, afinal, precisava aprender a andar. E o que era de esperar, aconteceu. Tropecei, e fui rolando escada à baixo. E onde estava ele pra me segurar quando eu caísse? Fiquei dias sem falar com ele, até entender que o que ele disse tinha um certo sentido figurado. Acho que eu já estava amadurecendo. Nosso primeiro beijo aconteceu logo depois que eu tirei o gesso da perna esquerda, pois eu havia quebrado ela, quando caí da escada e, sim, havia sido grave. Foi um beijo doce, romântico, impossível de descrever. Apesar de nunca ter beijado alguém antes, a sensação era de que aquele tinha sido o melhor beijo da minha vida. O tempo passou, ficamos, namoramos, chegamos a assumir um compromisso sério, mas ele teve de partir. Aos 16 anos, nossos pais decidiram que nosso namoro não era bom pra nós, e decidiram juntos, que ele deveria estudar fora do país. Ok. Foi um choque pra mim. Tive que viver 10 anos sem a presença dele, sem os beijos, sem os abraços dele. Sem nenhuma notícia dele, decidi tocar minha vida pra frente. Decidi que ia ser promotora de eventos. E eu fui. Me tornei uma mulher linda, elegante, charmosa! Quem me conhece hoje, se visse uma foto minha de alguns anos atrás, não me reconheceria.
Eu passei a freqüentar as melhores festas, as melhores boates. Perdi minha virgindade com um cara que nem conheço, digamos que foi 'casual'. Engravidei. Abortei. Minha vida era o máximo quando eu bebia, quando eu dançava, quando eu tinha os homens mais gatos à minha volta, mas quando chegava em casa e me deparava com a cama vazia, sempre me lembrava dele, de Henry, meu amor de infância. Hoje, tenho 25 anos, e recebi uma carta. Era a letra de Henry, eu podia reconhecer, apesar de ser 'anônima'. Ele relatava muitos fatos, contava a vida dele depois que nos separamos. Ele estudou fora do país, e ao contrário de mim, não precisava beber pra ser feliz, ou de festas. Mas o destino lhe pregou uma peça. Henry descobriu que estava doente, muito doente, e tinha pouco tempo de vida. Com seus 20 anos, fez a loucura de me visitar, e sem que eu soubesse que era ele, ele me 'conquistou', e como eu havia me tornado uma mulher fácil, dez minutos depois de conversa conseguiu me beijar. Eu não era mais aquela menina doce e inocente, e ele sabia disso, assim como sabia que podia nunca mais me ver. Hoje, eu leio suas palavras e me arrependo de cada besteira que eu fiz. Me arrependo de não ter te procurado, te ter enfrentado nossos pais, e ter ido atrás de você. Hoje, meu único presente pra você, são flores, e a única visita que eu posso fazer, é ao cemitério, pois é só lá que eu o encontro. Minha carreira, minhas amigas, a bebida, nada, NADA vai trazer meu Henry de volta. Meu menino que mal sabia pescar, mas se achava um pescador profissional. Meu menino meigo e único. No final da carta, havia algo mais escrito, o qual só me atentei depois te ter chorado por 40 minutos. Estava escrito: Minha Lizzie, obrigado por ter feito da nossa noite, única. Mesmo você estando bêbada e não sabendo que era eu, henry, que estava com você, sua primeira vez, foi a minha primeira vez, e juntos, fizemos daquele momento inesquecivel. Eu te amo pra sempre, minha boneca. Minha primeira vez havia sido com ele! Com Henry! Não posso acreditar! Então não era um cara qualquer, não foi casual... foi com ele, o homem da minha vida. E eu sei, que um dia vamos nos encontrar, e enquanto esse dia não chego, guardo você à sete chaves, dentro do meu coração, esperando uma segunda chance, e talvez numa outra vida, eu possa ser feliz com você de novo.

(não é meu, e eu não sei quem foi que escreveu.)
Ontem quando eu estava deitada, perdida e mergulhada em um poço de emoções dolorosas, eu me dei conta de quem eu estava me tornando daqui pra frente. Eu estava com tanto medo e eu estava sozinha, sem ninguém pra segurar minha mão. Tinha deixado tantas feridas abertas, aquelas que eu fiz questão de tirar o esparadrapo de cima. A cada pensamento diferente que vinha na minha mente, eu só me via fracassando e perdendo tudo que eu já tinha ganhado. Perder, ganhar, é quase a mesma coisa pra mim, ultimamente. Tenho andado pensativa e um porre nesses dias. Venho dizendo a mim mesma que eu não sou aquela pessoa de três anos atrás, nem a mesma que estava aqui ano passado. Mas não me sinto realmente mudada, tocada por algo maior. Segurei com força uma cruz pequena que eu tenho e pedi a Deus pra me dar força pra seguir em frente. Ele pode ter me escutado, ou não, whatever. Na verdade eu nem ligo muito. Só quero ainda crer que alguém ainda se importa comigo, se eu estou bem, mal, ou cravando um punhal no meu braço, vendo o sangue escorrer sem nem ao menos tentar se salvar. Tenho muita vontade de desistir, ter uma vidinha mais ou menos e tentar ser feliz, coisa que eu não tenho sido muito nos últimos anos. Não importa se eu estou sozinha. Eu vou conquistar tudo que eu quero até mesmo achar alguém que me suporte. Posso até chorar durante cinco horas, e dormir dois dias. Mas quando eu acordar, o mundo vai ser meu. Essa década vai ser minha. E então eu subo até a superfície e respiro novamente. Wake up, esse sonho é meu.
E no final, a chuva lava as almas feridas. Como se alguma coisa pudesse nos dar a esperança de que as coisas sempre serão melhores, de, como diria minha mãe, que as coisas vão melhorar. Pura babaquice. Você faz as coisas serem boas ou ruins, é só olhar suas pequenas atitudes de grande importância. Quando eu escrevo, não penso. Só saio escrevendo o que me vem na mente. É assim que não vejo o que escrevo e me muito surpreendo depois. Tenho estado sempre sentada aqui em frente ao computador, escrevendo, escrevendo e escrevendo. Sem ninguém pra falar, sem nenhum canto a residir. Me senti tão vazia quanto um rio durante a seca. Me dizem que é fome. Fome de viver, de sofrer, de ter alguma coisa aqui dentro sentindo, eu preciso sentir que eu ainda estou viva. Preciso acordar e não me sentir indisposta, sem lugar no mundo, sem coisas a ter que evitar, sem pessoas me dizendo que eu sempre sou a errada das coisas, e que no final, acabo sendo tão útil quanto um encosto de porta. Ah, aquela porta. Aquela porta que eu sempre esperei que fosse arrombada ou derrubada com a maior brutalidade possível por algum príncipe ou ogro ou qualquer criatura mágica que me tirasse dessa mesmice que tenho que suportar todos os dias em que respiro. Fico só ouvindo a chuva lá fora, esperando dias melhores, ou noites também. Não dizem que quem espera sempre alcança? Outra babaquice. Não espere ninguém vir bater na sua porta com seu sonho pronto na mão não, até porque isso seria muito chato. Dá uma sensação boa na gente quando nós conquistamos uma coisa com nosso mérito próprio. É bom a gente correr atrás, literalmente, dos nossos sonhos. E daqui pra frente, eu vou fazer isso. Mesmo que minha vontade seja desistir mesmo antes de começar a jornada. Mas eu tenho a única coisa que tem me restado nos últimos tempos: fé. Em Deus, em alguma coisa aí. Só preciso acreditar e não desistir, mesmo com tendo baixas dolorosas pelo caminho. Como diria Caio Fernando, cuide-se e be happy. Seja feliz. Eu vou ser feliz. Eu vou chegar até onde eu quero, e além.