quinta-feira, 29 de julho de 2010

I could have saved you that night.

"Ou você muda e se adapta ao ambiente em que você vive ou o ambiente muda você."
L. Logan


O copo está deste lado. Daqui há dez minutos, não está mais. Mudanças caleidoscópicamente malditas.

Não que eu tenha aversão a mudanças. De nenhuma maneira. O problema é que elas sacodem a sua vida de um jeito tão intenso que depois você é que tem se virar para pôr tudo no lugar. Eu olho o que eu era semana passada e tenho certeza de que não sou a mesma pessoa. Não sei por qual diabos de nome chamam isso. Talvez seja evolução. Você pode usar as mesmas roupas, ouvir as mesmas músicas, sentir os mesmos cheiros... contudo, todo dia é uma mudança. Você é que não percebe. Meus gostos, minhas amizades, minhas expressões... nada é como antigamente. Talvez isso seja um ponto positivo.Talvez isso esteja destruindo o que eu levei anos para me tornar. Ou esteja apenas reestruturando. E então o que eu seria sem vocês? Todos os que convivem comigo, todos os que nem me conhecem, mas parece que me conhecem mais do que muita gente "real". A mudança está muito além da mudança da posição dos móveis, dos livros, dos atalhos no computador. Está além de deixar aquele amor do passado realmente no passado. É aquela coisa de dar uma olhada em volta de você e perceber que as coisas nem estão tão ruins assim como você pensava. E que no final, o lobo mau acaba virando sininho e o Holandês Voador não é nada mais do que a Terra do Nunca. Se permitir não dói.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Letters to you.


Querido _______,

Sei que deve fazer algum tempo que não nos falamos. Da vírgula passamos para o ponto final rápido demais. Eu sei o que eu te disse. Sei que eu te disse que se você saísse, não precisaria mais voltar. Talvez fosse isso mesmo que eu queria. Olha, eu só estou te escrevendo porque eu não consigo dormir. Sei que pode parecer bobagem, mas ontem eu sonhei com a gente de novo. Você e eu abraçados de novo pela manhã, enquanto o sol entrava pela nossa janela. Era tudo tão bonito. E agora só restou a janela emperrada. Talvez você tenha até se esquecido disso tudo. Mas eu não esqueci. Toda vez que eu ando pelas ruas e passo pelas casas bonitas e vitorianas eu lembro daquele sonho que a gente tinha de ter uma casa bonita e vitoriana assim desse jeito, de maneira que o sol pudesse alcançar nossas peles todos os dias do resto das nossas vidas. Talvez tenha sido aquela nossa última vez juntos que tenha posto um fim no que sentíamos um pelo outro. Tentei, tentamos. Não vou mencionar nesta carta nenhuma palavra referente a adeus. Ainda não me sinto preparada para isso. A ilusão de te ter ainda permanece forte. Não sei se chorei desde quanto você se foi. Talvez sim, quando havia sentimento de culpa. Hoje só o que há é uma saudade enorme de você. Estou em dúvida se te mando essa carta ou não. Meus dedos frios tremem a cada músculo da minha mão que se movimenta. Aí então toca aquela música que nós odiávamos... You sang me Spanish lullabies, the sweetest sadness in your eyes, clever trick.... A cada dia percebo que está mais difícil viver, e provavelmente não há nenhuma surpresa nisso. Sempre será engano dizer que eu não consigo viver sem você. Porque eu consigo. Todos conseguem. Eu só queria que isso não tivesse acabado. E talvez ainda não tenha. S.O.S.

Volte sempre, coração.

sábado, 24 de julho de 2010

Miss Everything.

"I'm Miss Autonomy, Miss Nowhere, I'm at the bottom of me. Miss Androgyny, Miss Don't Care What I've Done To Me. I am misused, I don't wanna do be not your slave misguided, I mind it. I'm missin the train."

Miss Nothing - The Pretty Reckless



Gosto dos dias frios de Julho e adoraria morar no Sul para ter isto todos os dias. Nem sempre é preciso ter alguém ao seu lado para dividir o cobertor para que os dias sejam bons. Paz autônoma, vez em quando é bom, sô. Quando comecei a atravessar a adolescência, me transformei no que realmente eu sou. A Senhorita-não-preciso-que-você-me-salve-seu-babaca. Nunca fiz o típico estereótipo de donzela indefesa. Nunca gostei do que a maioria das garotas gostavam. Nunca morri por nenhum ator/cantor/pseudo-galã, seja qual fosse a minha idade. Meu sonho nunca foi ser a princesa das histórias da Disney. Eu queria ser a moça que lutaria pelos seus ideais, mesmo que isso não incluí-se um príncipe no final. Arrancava a cabeça das minhas bonecas caras (quando a moeda nem era o Real ainda, em 1993 [não me pergunte qual era]). Gostei muito pouco de bandas adolescentes, embora que meu exemplo de pessoa atual tenha 17 anos. Não tenho frescuras com coisas nojentas - a propósito, adoro assistir autópsia no jantar - nem idealizo ninguém nessa vida. Consigo compreender que quem procura a perfeição em alguém finda frustrando-se com a dura realidade que mostramos ao amanhecer junto do outro. A primeira troca de olhar em meio aos raios solares, o abraço, o te amo sempre que necessário. Quem alardeia muito o amor, geralmente ama de menos. Mantenha-o quieto, reservado. Sit down, imperfect love. Sou revolucionária, sou lutadora. Eu não posso ser domesticada. Acho incrível como ainda existem pessoas - mulheres - que se deixam domar por seus amores. O certo é ter alguém que ande ao seu lado, não que ande na sua frente. Sou a Senhorita talvez-eu-não-precise-de-um-amor-para-ser-feliz. Mas talvez fosse interessante dividir minha coberta com algum Senhor hey-little-girl-please-be-mine. 

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Find the loss.

Pobre diário de todos os dias, sei que tu não me suportas mais. E talvez eu esteja me enganando demais ao escrever aquelas coisas em ti. Aliás, o engano tem sido uma das coisas vitais da minha vida. Quando procuro mudar, tirar umas coisas dali, outras daqui, me engano. Nunca vou conseguir ser diferente do que sou, porque isso tudo aqui, essa pele, esse cabelo, essas urticárias, são tudo que eu sou. O melhor que eu consigo ser. Cortar os defeitos é nada mais do que encobrir a sua essência. Não me arrependo de nada que os meus defeitos me fizeram cometer. Tenho é muito orgulho. Tenho a consciência dos momentos bons e que eles vão acabar. Como se eu tivesse um eterno pressentimento, que me antecipasse que aquilo não vai durar para sempre. Te sinto, mas tu não me sentes. Te vejo, mas tu não me vês. Sou tua sombra, a gaivota sobre o mar e tu só enxergas o horizonte. Há quem diga que algumas pessoas são tão acostumadas a ficarem tão dentro de si mesmas que consigam decifrar o outro como nem ele mesmo consegue. Gosto de olhar nos olhos, nas janelas da alma. A coisa mais intensa que se pode viver e estar tão dentro do outro que acabamos encontrando nós mesmos lá dentro. Por mais que nos percamos pelo caminho.

terça-feira, 20 de julho de 2010

The truth never set me free.


Sobrevivi. É isso que tenho podido dizer dos últimos dias.

No começo, eu pensei que fosse ser mais fácil; em certos momentos eu pensei que não conseguiria suportar, mas algo dentro de mim dizia para eu não parar de lutar. Sei que pode parecer bobagem - e às vezes acho que é também - mas sempre repito a mesma frase para mim, em tempos difíceis: "O pior vai passar, o pior vai passar...". E tem passado. Respiro fundo e sorrio singelamente, dizendo à mim mesma que tudo está bem. Sem saber do amanhã, sem saber do que será de mim, eu vou andando sempre em frente. O meu maior medo sempre foi estar andando em círculos. Aquela velha situação que se tem a impressão de já ter vivido. Em outra vida, sei lá. Ou até nessa vida mesmo. Tem gente que não aprende da primeira vez; tem que errar de novo para saber que estava errado. Como tem gente que precisa morrer para saber que estava vivo. Tenho aprendido a aceitar meus defeitos, só não sei ainda se consegui compreender minhas qualidades. Sempre que ouço um elogio, duvido de quem o disse. Geralmente as pessoas não se importam tanto comigo. Talvez eu só deva estar um pouco surpresa com isso. No demais, o meu inferno astral nem tem sido tão inferno assim. Algumas coisas na vida precisam ser redefinidas com novos significados. Esse período pré-aniversário tem me feito refletir sobre algumas coisas que eu quero. Tenho sido capaz de expor minhas idéias e meus sentimentos de forma mais aberta e objetiva. Sei quem sou e que certas atitudes não são do meu feitio. Não estou mais em segundo plano.

sábado, 17 de julho de 2010

Cassiopeia.


Te encontro sempre no mesmo lugar. Aquele telhado que você me disse que era o seu ponto de encontro com as estrelas. Havia te procurado o dia todo. Você, como sempre, cheira a jasmim. Cheguei a pensar que na sua casa tivesse um campo de jasmim o qual você atravessa todos os dias antes de ir tomar café. Fiquei em pé pensando se sentava ao teu lado ou não e então você me olhou. E de repente as estrelas pareciam brilhar mais. Do mesmo modo de antigamente, você me olha numa madrugada de julho e sabe que me tem na mão. Será que é errado querer que as coisas sejam como antigamente? Ah. Tenho que lembrar à mim mesma. Nunca será como antigamente. É como aquele brinquedo que a gente tanto gosta quando é guri, e ele quebra sem querer. Não adianta mais chorar sobre o leite derramado. Vamos é limpá-lo do chão antes que alguém veja. Tem mais leite no mercado.

Não importa mais o que passou. Nós nos magoamos demais. E já é quase de manhã. Gostava mais de sonhar quando estava nos teus braços. Te devolvo o sorriso que tu me destes quando cheguei, e como se aqueles tempos fossem hoje, tu me envolve nos teus braços. As estrelas são o teto de Afrodite a nos abençoar. Amanhã voltamos para a realidade do eu sem você. Me prendo ao teu corpo como um desesperado em busca de salvação. Não quero fechar meus olhos. E então tu me vens e diz que mesmo que todas as constelações do céu caíssem sobre nós, você me cobriria para que eu pudesse dormir. “Dorme, coração. E sonha que eu sonhei contigo.”

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sono, moedas de um real e melancolia pré-inferno astral.


Eu não pretendia escrever nada hoje. Foi triste pra mim perder a vontade até de fazer a coisa que eu mais amo nessa vida, escrever. Algumas horas do meu dia eu gasto tão inutilmente que me sinto completamente inútil. Sento no sofá, cruzo as pernas e... só. Só. Só-zinha. Sempre sozinha. Na real, isso não precisa ser uma coisa triste. Eu tenho meus mundos imaginários, tenho a mim, tenho a... E ainda tem a eterna sonolência que me persegue, embora que eu ache que dormir é a coisa mais inútil do nosso organismo. Quando eu morrer terei muito tempo para dormir. A vida não pára.

Não gosto que me proíbam de fazer qualquer coisa. Por isso não acredito em destino. É como se eu não pudesse controlar minha própria vida. E se eu não controlo, pra quê eu estou aqui? Eu, você, meu cachorro Peludinho, todos nós temos que ter o direito de escolher o que queremos. Bem, acho que meu cachorro não. Eu dou-lhe comida e água e ele fica bastante feliz e quase me derruba enquanto ando. Queria ser feliz assim com pouca coisa, como ele. Mas tenho essa mania maldita de achar que sempre se pode ter mais. Nunca se contente com o que você tem, você sempre pode ter mais. E melhor. Não gosta mais? Troca. Não fez a escolha certa? Vai lá e faz de novo. Que se dane se você errar de novo. Se ninguém cometesse erros e fôssemos todos perfeitos e vivêssemos na Perfeitolândia, seria um porre. Provavelmente eu me tornaria uma genocida.

Encontrei duas moedas de um real na rua, hoje. Espantei-me pela "sorte" que havia me atacado, considerando que ela geralmente me evita. Acho que ela tem algum problema pessoal comigo, certeza. Limpei-as e coloquei no bolso. Passando por uma calçada, vi um mendigo pedindo esmola. Atravessei-a e comprei um sorvete.

Sim, eu sou bastante egoísta.

Eu nunca disse que era uma pessoa legal.

Estou há dois dias do meu inferno astral. O inferno astral sempre começa um mês antes do seu aniversário. Como se já não bastasse a desgraça dos dias normais, com esse inferno astral pra chegar, fodeu. Não estranhem se eu escrever alguma coisa meio triste, meio revoltada, meio alegre TUDO AO MESMO TEMPO. E principalmente, não tente entender. Porque quando percebo, me vejo chorando hidrelétricas. Por motivo nenhum. Ou por algum motivo que eu não saiba descrever com palavras. Pensei que algumas pessoas entendessem isso. Não entendem. Essa sou eu: fraca por sempre acreditar em algum gesto ou movimento de "eu sei que tu não tá bem, vem cá que eu te abraço", vencedora por ter conseguido me tornar alguém que não se importa. Contrariando as expectativas alheias, posso dizer que sobrevivi. Contrario-me diariamente. Uma estabilização de sentimentos me faria muito bem. Uma estatização, uma privatização, uma organização. Qualquer coisa com ão. Me parece grande. Mas ainda prefiro moedas de um real. Balas de menta me deixam feliz.

Meme e + selinhos.

Recebi com muito carinho esse meme e selos do Rodolpho do blog A arte de um sorriso, e eu tenho que dizer 6 coisas sobre mim que talvez vocês não saibam. Bem, vamos lá.

1- Meu nome original é Jaciara, mas detesto que me chamem assim. Todos me chamam de Jaci mesmo. 
2- Tenho mais de 50 apelidos.
3- Sei fazer um exorcismo católico apostólico romano.
4- Nunca beijei.
5- Por incrível que pareça, tenho um lado muito cômico. No blog Garota do Inferno eu libero esse meu lado obscuro (ou não).
6- Conheço pessoas em quase todos os estados do Brasil.



Algumas regras:

1- Para ti, um olhar vale mais que 1000 palavras?
Sim. Algumas coisas, em determinados momentos, não precisam ser ditas para serem entendidas.

2- Ainda te lembras a quem lançaste o teu primeiro olhar?
Não. Observo muitas pessoas ao mesmo tempo, seria quase impossível dizer isto.

3- Comentar o blog de quem o criou.

domingo, 11 de julho de 2010

Just because I'm losing doesn't mean I'll stop.


Você olha pra trás e quer estar lá de novo. Você queria poder ter dito outras palavras, queria ter podido pedir para que ele ficasse. Essas coisas que passam e deixam essa sensação de que tudo podia ter sido diferente e melhor. Tu lê conversas antigas e ri sozinha. Olha as fotos e sente a falta de alguém na fotografia. Joga tudo numa caixa, esperando que as lembranças adormeçam ali. Mas, pelo menos por hoje, não vamos pensar no que poderia ter sido, nem no que poderá ser. Hoje, nesse domingo triste-aterrorizante-banal, vamos pensar só no agora. Tudo o que faremos ou deixemos de fazer morrerá ao fim da meia noite. Sabe, eu sou leonina. E leonina é assim mesmo, chega e fala tudo o que você precisa ouvir por mais cruel que isso seja. Se tu não tem sinceridade, tu não tem nada. Assumo essa minha postura fria-nazista porque a vida em fez assim. Não digo necessariamente a vida, mas as situações que eu vivi nela. E a maioria delas não foi das mais bonitas. Amor, só pelos meus amigos. A felicidade deles é a coisa mais importante pra mim. Que se foda a minha felicidade. Nunca tive mesmo. Mas te digo, incrivelmente, que hoje não te reprimirei por encher a cara até quando puder. Beba, grite, tire essa dor de dentro de você. Não se importe com os vizinhos. Domingo é dia de missa, só o meu companheiro, o cachorro, está a te ouvir. Eu e ele, abandonados por quem nos cuidava. Donos da melancolia do mundo.

Desafio e selinhos.


Recebi esse desafio da Nathalie, do Que seja doce. Adorei mesmo, de verdade (:
A regra desse desafio é responder todas as perguntas somente com imagens que não contenham frases.

Quem sou:

O que me faz sorrir:




O que me faz chorar:
Minha cor:


 Hobby:


Sonho:




Melhor lembrança:


Música:






Esporte:


Um filme:

Um pecado:






Três lembranças fofas da infância:







Indico esse desafio para os blogs:




Selos, recebidos também da Nathalie:

Ofereço esses selos aos blogs acima, também.

E esse outro selo recebido há algum tempo, de uma amiga que pediu para que eu o repassasse. Pode pegar quem quiser.



Enfim, é isso. 

quinta-feira, 8 de julho de 2010

You can't stop the world.

"É difícil aprisionar o que tem asas."
  Caio Fernando Abreu


Os pássaros nasceram para serem livres.

Quando a mãe pássaro tem seu filhote, ela o protege dos outros pássaros e dos predadores. Dá-lhe comida, abrigo e um lugar quentinho ao seu lado. Cuida dele até que o mesmo tenha condições de mover-se e poder voar sozinho. Viver sozinho.

E é basicamente isso que acontece com as relações humanas. As mães criam, alimentam, dão amor e carinho (pelo menos a maioria delas) e preparam para a vida. Porém a parte mais difícil  é ver seu filhote sair para viver sua própria vida, longe delas, suas genitoras. Dói mais do que receber mil socos e depois mil facadas e depois mil queimaduras e depois sofrer mil quedas. De qualquer maneira, essa é a vida.

Um pássaro foi feito para voar, assim como algumas pessoas não podem ser aprisionadas em "gaiolas" que limitam seu vôo. Os pássaros são do mundo, viajam milhares e milhares de quilômetros no ar sentindo o vento em suas faces. Alguns de nós precisam cair para saber que conseguem voar.

Eu caí.

E vi que esse não é o meu lugar no mundo. Já foi, algum dia, mas não é mais. Eu preciso do mundo, do novo, do desconhecido. Sou uma nômade eterna que precisa voar sobre o mar avistando o horizonte. Desculpa mãe, desculpa pai, mas já já vocês vão ter que aceitar o fato de que eu vou morar em outro país. E que é lá que eu vou viver.

Creio que tudo que nos pertence ou nos pertenceu algum dia de nossas vidas sempre nos deixa, em algum momento. E não podemos fazer nada contra isso. Só amar, e deixar que o outro voe tendo a certeza de que as portas e janelas e ninhos estarão disponíveis para quando ele quiser voltar. No amor incondicional, o que mais vale é ser feliz e querer que o outro seja feliz também, estando com você... ou não.

"Se você ama alguémdeixe-o livre. Se ele voltar, é seuSe nãonunca foi."
Richard Bach

terça-feira, 6 de julho de 2010

Defenestration + outflow.

Defenestração.

(de.fe.nes.tra.ção)
sf.
   Ação de lançar alguém ou alguma coisa pela janela.

Diariamente tenho essa vontade. De-fe-nes-trar. Jogar essa merda toda pela janela e sair correndo pra casa, assaltar o saco de biscoitos no armário e jogar video game até vesga.

Mas não dá. Tem muita coisa em jogo.

Ok, nem tantas coisas assim. Uma viagem, um livro e uma universidade. Isso. Esses sonhos que a gente acalenta quando é adolescente. E na verdade eu estou cansada de me lamentar. Tenho pressa e meu coração jovem necessita do imediato. Sabe como é que é, não é. O mundo pode acabar amanhã. E não quero partir sem ter somente passado por essa vida. Quero deixar meu nome da história, mesmo que seja no rodapé dela. Mas a vida não tem me ajudado em nada.

Eu não ganho nada. Nunca ganhei. Nem grampo de cabelo. Nunca ganhei bingo, nunca ganhei sorteio, nunca ganhei um "eu te amo". Eu quero sorte nessa merda de vida, oras! Nem que seja uma quantidade mínima dela. Estou cansada de tanta frustração, de nunca ganhar. E nem venha me dizer que pensamento positivo atrai coisas positivas. Se fosse assim, eu já teria ganhado na loteria pela quantidade de pensamentos.

Minha vontade é jogar tudo o que tiver ao meu alcance na parede, mas minha mãe me mataria. Merda. Quando tiver uma casa, comprarei vasos só para jogar na parede. E que texto mais imbecil, esse. Acho que é o texto mais imbecil que eu já escrevi na vida. Ninguém precisa ler, se não quiser.

Pois é, eu vou gritar até minha raiva/dor/indignação com essa merda de vida passar. Se passar. Vou gritar até minha garganta cessar a minha voz por excesso de uso. Que se foda. Como diria o Caio, eu preciso ser internada. Me internem, porque eu acho que eu tô louca. Cara, só faltava isso: loucura. Fora o meu lado esquizofrênico de ser. Tô tão cansada, sabe. Preciso tanto de um colo, de um abraço que não me encha de perguntas, de um silêncio. Preciso de menos gravidade e pelo menos um sinalzinho sequer de sorte. Não dá pra ignorar o fato de que eu quero muito uma determinada coisa. Não pessoa, coisa mesmo. Preciso de tantas coisas que nem sei se consigo enumerar. Que se foda também. Aliás, que tudo vá para o inferno. Antes que eu jogue tudo pela janela. Droga, a janela é baixa. As coisas sempre vão acabar na minha porta.

sábado, 3 de julho de 2010

The night of the nightmare.

Conto de terror. 
(se você tem estômago fraco, recomendo que tenha tome cuidado.)


Sua respiração estava ofegante. Sua visão nada a mostrava, então decidira usar o tato. O ar estava tão tenso que podia ser cortado com uma faca. O sangue ainda estava em suas mãos. Corria esbarrando nos móveis velhos da casa abandonada. Corria dele. A adrenalina percorria o seu corpo incessantemente. Parou de correr chegando à sala, escorando em uma das pilastras da casa. Podia ver o ar gelado sair de sua boca enquanto ofegava. Sabia que tinha que sair dali o mais rápido possível. A porta estava mais próxima do que nunca. Notara que sua perna sangrava, o que tornava seu caminhar mais lento. Rasgou um pedaço de sua camiseta com as mãos e fez um torniquete na perna. Fez isso o mais rápido que já fizera em toda a sua vida. A luz da lua que entrava pela janela lateral da sala dava ao lugar uma aparência aterrorizante. E tudo o que Jessica queria era sair de lá de uma vez por todas. Não agüentava mais aquilo todos os anos. A caçada. Estava a 10 metros da porta. Era sua liberdade. Pôs a mão sobre a maçaneta. Sentiu uma onda de sentimentos felizes varrerem-lhe o corpo. Estava pronta para sair quando foi puxada pelos cabelos.
- Bem vinda à noite do pesadelo, docinho.

Ele arrastou-lhe escada a cima, levando-a para o quarto no fim do corredor. Sua face desfigurada ficava mais terrível com a pouca iluminação que a casa tinha. Em uma de suas mãos estava seu inseparável facão. Amarrou Jessica no teto, suspendida por correntes. Passou calmamente o facão sob sua face, em meio à suas lágrimas.
- Cristy, não faça isso – implorava ela.

Era inútil. Habilmente, fez um corte na barriga, fazendo jorrar sangue pelo chão encardido. Depois, enfiou o facão mais fundo, atingindo seu estômago. Os gritos de Jessica não eram ouvidos por ele. Ela tinha de pagar. Cortou-lhe os dedos um a um, os das mãos e dos pés. O sangue em suas mãos o dava mais prazer ainda. Estava vingando-se de sua morte. Ela havia o matado, então era justo que ele a matasse também. Não adiantou as palavras de Jessica dizerem que foi um acidente. Todos os anos, Jessica morria pelas mãos de Cristy. Sua alma não tinha descanso. E ele nunca se cansava de vingar-se. Depois de retalhá-lha toda, cortou-lhe a cabeça com um golpe só. O sangue e os restos de seu corpo sumiram. E Cristy voltou para debaixo da cama, onde haviam colocado seu corpo quando o mataram. Ele está à espreita e à espera de um próximo ano, ou de uma próxima vítima.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Sweet dreams.

 "Desafiei Deus, sinto muito, era a única maneira de me salvar. Ele me entendeu."
Caio Fernando Abreu


Eu, sinceramente, espero que você encontre seu caminho.Não guardo nenhuma mágoa, nenhum ressentimento. Não perco mais meu tempo com isso. Só não consigo entender como tu pode se permitir ficar mal desse jeito. Eu nem sou tão engraçada assim... sabe, essas coisas da vida não se controla. Elas acontecem, mesmo que você não as deixe ser. Acho que eu fiquei fria demais. Ou talvez tenha sido as circunstâncias da vida que me deixaram assim. Não consigo mais nem sentir pena dos outros. Que triste. 

Nunca fui uma pessoa muito determinada. Sempre gostei de fazer somente o que gostava de fazer, mesmo quando isso te incomodava. Eu sei que incomodava. Seus olhos de areia movediça diziam tudo quando você nada dizia. Diversas vezes pensei que eu era pouco pra ti. Tu nunca merecestes essa minha volubilidade tão grande. Queria eu algum dia achar alguém tão sem definição quanto eu. Venha, sente-se aqui do meu lado. Não há nada mais o que fazer. Esperei tuas palavras, teus esbravejamentos e me veio o silêncio. Talvez não tenhamos mais nada a dizer. Pode demorar algum tempo, mas tu vai superar. Subirás a avenida sem lembrar que sempre subias ao meu lado, andarás por toda essa cidade que odiamos sem sentir meu cheiro misturado ao cheiro de jasmim do parque. Eu precisei te matar, matar todos dentro de mim para me salvar. Nada pessoal, foi só egoísmo. Só estava cansada de pedir, implorar e não obter resposta. Nosso barco afundou quando eu fiz um buraco nele. E todos e todas me enviaram olhares mortais. Sabia que tinha posto um fim. Meu velho prazer sem culpa. Olha, vai dar tudo certo. Enquanto eu te embalo em meus braços, o mundo te espera. Dormes que tudo vai recomeçar bem. Pode ser que nem me vejas mais depois disso. Nem a Deus eu posso recorrer, já enchi o saco Dele demais para que Ele me ouça. Aliás, deixou de me ouvir há muito tempo. Nos últimos tempos, tem sido como falar com as paredes. De qualquer forma, sempre fui meio esquizofrênica. Traz a próxima decepção, garçom.

Selinho.


Recebi esse selinho e fiquei muito grata de ter sido escolhida. Adoro quando recebo selos, e quando eu tiver coragem juro que faço uma página para eles, com os nomes de quem me presenteou. Mas vamos lá.

Regras:
Divulgar o site de origem do selinho: Resolvemos casar
Dizer quem te ofereceu o selinho: Rodolpho, do blog A arte de um sorriso ^^
Listar 5 coisas que valeram a pena na sua vida:

1- Ter conhecido o mundo mágico dos livros. Não sei o que seria de mim sem eles, e não sei se seria a mesma pessoa sem eles.
2- Ter viajado para João Pessoa e Recife, ano passado e o ano retrasado.
3- Ter começado meus planos de Intercâmbio com minha melhor amiga.
4- Ter escrito meu livro, que me abriu assim umas portas maravilhosas e fez com que eu me conhecesse um pouco melhor também.
5- E por último, valeu muito a pena tudo que eu passei para estar hoje aqui, valeu ter criado esse blog que me possibilitou conhecer pessoas maravilhosas e talentosas.

 Ofereço esse selo aos blogs:



P.S.: Desculpem, minha burrice crônica não me avisou que eu havia esquecido de postar o selo aqui. 

Até mais.