sexta-feira, 14 de junho de 2013

The Depression Diaries, nº09 - Por quê eu não posso controlar tudo e todos?

Eu não morri, como vêem. Mais de um mês após minha última postagem, eu acho que estou bem. Por hora. Por enquanto. Sei lá. 

Eu voltei a frequentar a psiquiatra. Agora tenho uma nova psiquiatra — uma mulher — Dra. Dayanna. Eu gostei dela; os cabelos dela me lembram o da Missandei de Game of Thrones. Ela diminuiu a dose da minha medicação, o que não sei se quer dizer algo bom, mas pelo menos já é alguma coisa. Minha vida segue bem.  Estou quase finalizando meu quarto período na faculdade, visitei o estádio local da Copa do Mundo com o programa de estágio que me inscrevi, comprei um novo computador (graças a Odin e consegui salvar todos os meus dados anteriores), meu gato Aegon está mais gordo e peludo do que nunca e acabo de entrar nas férias de inverno da faculdade. Eu acho que estou bem, mas continuo sentindo um vazio que precisa ser preenchido, só não sei ainda com o quê.

Às vezes eu sinto falta da minha própria loucura, que vai fugindo de mim como um animal selvagem antes aprisionado. Eu convivi com ela por tanto tempo que não me sinto como eu mesma agora que ela parece ter se escondido de mim. É possível que eu continue com a mesma imaginação, com o mesmo intelecto ao me tornar uma pessoa normal? Tenho medo de cair sobre a realidade numa queda livre e sem paraquedas. O que serei eu se não maluca? Eu não quero ser sana se não puder escrever como sempre.

Sobre o título desse relato, me incomoda profundamente o fato de que todos à minha volta parecem estar escorrendo entre os meus dedos. No fundo eu acho que é um pouco de inveja. Ver os outros perseguindo o que eles querem na vida me faz sentir como se eu estivesse atolando numa areia movediça vendo todo mundo seguir em frente enquanto eu afundo. Eu tenho quase vinte anos e não tenho a mínima ideia de como minha vida vai se suceder, esperando apenas depender menos de outros para que mudanças importantes ocorram. O medo de encarar o futuro sozinha faz minhas pernas tremerem todas as vezes que lembro que devo me tornar adulta. O que acontece com aqueles que não conseguem coragem suficiente para chegar até esse estágio? Coisas demais enegrecem o pensamento e a perspectiva.

No momento, em busca de oportunidades. Qualquer uma, principalmente qualquer uma que me leve pra bem longe daqui o mais rápido possível. Sempre me disseram que pôr os pensamentos em palavras formalizam seu pedido para o destino.