segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Era cinco da manhã quando eu escrevi esse texto. O amanhecer depois de uma noite vazia. Mais uma delas, aliás. E o problema é justamente este: noites vazias. Estou realmente cansada de ver sempre o sol entrando pela minha janela e eu ainda me sentir sozinha. Estou cansada ser a vítima da história, a patinho feio. Estou cansada da rotina de me ser, estou cansada das obrigações, das mentiras que eu conto todos os dias pros outros e pra mim. Sempre busco a saída mais fácil. É, sempre na porta da escape mais próxima. Dizer que estou cansada me faz sentir cansada. Então, pararei com isso. Como disse, já são cinco da manhã e eu estava dormindo o tempo todo na minha vida. Mas agora eu acordei. Acordei porque dei conta de que se eu não lutar pelas coisas que eu quero ninguém o fará por mim. Não posso prometer nada, mas vou tentar fazer as coisas diferentes daqui pra frente. Eu não quero perder mais nada.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Hoje quando eu caí no chão, eu jurei pra mim mesma que eu iria lutar por você, e ficar com você. Simplesmente porque durante toda a minha vida você foi a única pessoa que conseguiu mexer bem dentro-dentro de mim, tocar lá no fundo, entende? Nunca adiantou fechar os olhos pra tentar te apagar da minha memória, porque tudo que eu sempre vi foi você e seus olhos penetrantes, me enxergando, me vendo de verdade. Há pessoas que me olhavam, mas não me viam realmente, sabe? E você conseguia me ver de uma forma tão fácil, baby. Aliás, nem sei se pode mais. E hoje só me restou esse chão frio dessa sala de um apartamento qualquer, encostada na porta como aquelas mocinhas de filmes, tentando sentir o que elas sentiam quando estavam na minha situação. Mas tudo que eu conseguia era chorar. Chorar por tudo que eu perdi, por tudo que eu tinha deixado de fazer. Andava tão simples, porque eu sou uma coisa simples de ser decodificada. Eu ando querendo assim meio que de vez em quando, se puder, que você fique comigo. Te ofereço um lugar quentinho aqui do meu lado no chão frio. Um lugar bem localizado, te digo. Bem dentro-dentro do meu coração.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Ando cansada. Talvez muitos digam que eu não deveria estar por não fazer quase nada – além da árdua tarefa que é continuar existindo em um mundo de idiotas – e outros talvez digam que meu ser é de grande desvalia para o resto da humanidade/hipócritas. Estou cansada por dentro, cansada de ter que aceitar muitas coisas de cabeça baixa, de ter que ficar parada no meio do abismo vendo as pessoas que eu amo se jogarem do penhasco, cansada de ser tão só somente eu que venho pensando, uma novidade para muitos, em fazer uma mudança geral. Isso talvez ocorrerá quando a tal canseira de mim sair, e permitir que alguém me toque e me veja tanto por dentro como eu me vejo todos os dias sem precisar me olhar no espelho. Estou cansada de sempre escrever coisas bonitas e não poder pensar em alguém. Talvez aja defeito no mundo, ou só apenas no meu cérebro que tanto me obriga a fantasiar. Não a portas para escape, baby. Há só cansaço. Há só falta de amor ou abundância dele sem estar sendo utilizado.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Mas que droga é essa que acontece quando chega essa época do ano? Que droga de separação-não-autorizada é essa que eu estou vivendo? É sempre assim. Chega dezembro, essa época meio natalina demais para o meu gosto, e todo mundo some, se dispersa uns dos outros como se o ano inteiro tivesse sido um amontoado de nada. Não se tem mais notícia de ninguém, e nem na internet você consegue achar alguém pra conversar. Parece até que as pessoas sofreram uma abdução coletiva, seqüestro coletivo, sei lá. Só sei que eu odeio essa época do ano. Odeio com todas as minhas forças um tempo que eu fico me perdendo cada vez mais das pessoas que eu amo, e que sentiriam minha falta, algum dia. Posso contá-las nos dedos, e ainda sobra espaço. Chega de se perder, o negócio agora é estar junto, cada vez mais junto... só junto.