terça-feira, 31 de agosto de 2010

Tired and prepared (?).


Acorde cedo. Estude. Não desamine. Escolha o que você quer. Estude. Não se distraia. Já estudou hoje?

Foi um longo mês. Principalmente para quem prestará vestibular esse ano, tem sido longos meses. Tenho passado por uma pressão psicológica tão grande esse ano que ter chegado até aqui já foi uma vitória. E daqui há dois meses eu faço o tão esperado vestibular. Eu cheguei numa etapa da minha vida em que eu me pergunto se tudo que eu tenho feito até agora, tem valido a pena. Eu não estava preparada para isso, confesso. E pra quê diabos eu preciso estudar a raiz quadrada de 49 ao quadrado ou saber quanto de sal é solúvel numa reação química se tudo o que eu quero nessa vida é escrever? Vou fazer jornalismo por isso. Caio também era jornalista. Não sei, acho que eu estou meio perdida. Só sei que sigo em frente, mesmo não tendo a certeza de o que estou fazendo é o certo. Ninguém está nessa vida para passar por algo por mero acaso. Tudo passa, tudo vem e vai conforme o balanço interno. Mesmo quando eu digo que não compreendo, eu sei que nada  nessa vida é por acaso. E nós somos as únicas pessoas que podemos mudar o rumo que estamos seguindo ou apenas continuar a caminhada. Porque se queixar daqui há alguns anos do que poderia ter sido e não foi, não adianta mais. Não se engane. Um dia pode ser tarde demais para se viver como se quer. Se meus planos são metas mais do que traçadas, eu estou tentando manter a confiança para viver tudo aquilo que eu quero. Muitos shows de rock, muita gente nova, muito amor e as melhores vibrações cósmicas. Que setembro possa trazer mais confiança para afastar os medos, mais felicidade para espantar a tristeza e muito amor para espantar as noites frias. Tudo passa - tem escrito em cima da minha cama. Vamos ali fazer história, com licença.

Música do post: In my place - Coldplay

sábado, 28 de agosto de 2010

A hotel off of sunset.



Psicólogo: Porque você veio aqui hoje?
J: Porque eu precisava de alguém com quem eu pudesse falar sem julgamentos.
Psicólogo: Vamos começar falando sobre o que você sente que está faltando, tudo bem?
J: Ok.

Não é que falta alguma coisa. Falta tudo. Falta mais demonstração de carinho, falta mais vida, mais experiência, mais eu. O fato é que eu me sinto infeliz vivendo a vida que eu estou vivendo agora. Às vezes me dá uma vontade tão grande de colocar minhas coisas numa mochila e sair por aí sem rumo. Sem motivo. Sem data pra voltar. E não é culpa de ninguém. Talvez só um pouco de culpa minha por querer mais do que posso ter. De vez em quando eu sinto que eu reclamo demais e nada faço pra mudar isso. Talvez alguém já tenha percebido isso. Porque cada vez que eu tento mudar, eu me lembro onde estou. Não há mais lugar para mim nessa cidade. Eu preciso do mundo. A única coisa de que tenho tido certeza nos últimos tempos é de que eu não estou entendendo mais nada sobre mim. Estava precisando daquela luz no fim do túnel, sabe?


(silêncio)


E ainda que todo mundo me abrace e diga que está aqui para quando eu quiser, eu ainda vou me sentir sozinha. Porque se fosse pelo simples fato de estar só em um lugar vazio, eu já teria me curado disso há tempos. É o tipo 2 de solidão. É estar com milhares de pessoas e ainda se sentir sozinha. Sozinha, perdida por dentro. Não sei se você vai me entender, mas acho que isso nunca vai passar. Eu tento canalizar minha atenção para o computador, os livros, as pessoas, contudo nada muda de figura. Na verdade, eu acho que o que falta mesmo é alguém que quando eu diga que estou bem, saiba reconhecer que eu não estou. Que uma simples resposta não seja o suficiente para dar as costas como se não visse que tudo dentro de mim está desmoronando. Não sei se você entende. Não sei se alguém entende.

Psicólogo: Às vezes, tudo o que se pode fazer por nós mesmos é sofrermos sozinho. Nossa dor, quando compartilhada, causa remorso.
J: E quando não compartilhada, deixa você mais fria do que um bloco de gelo. E se eu estiver no Alasca?


(fim da sessão)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Now your nightmare comes to life.


Eu tenho muitos pesadelos. Alguns eu nem consigo me lembrar, outros me fazem acordar aterrorizada. Nenhum médico, nenhum psicólogo, nenhum guru, nenhum médium conseguiu acabar com isso. Nem você. Talvez seja algum distúrbio psicológico que eu tenho. Disseram-me uma vez que é consequência da minha infância conturbada. Grande merda. Minha infância foi tão ruim que eu me forcei a esquecer a maior parte dela. Não sinto que tenha deixado algo a desejar nisso tudo que estou vivendo. Só sei que falar de sentimentos tem sido uma coisa tão densa, tão límpida como um rio verde que provavelmente já misturou-se ao tudo e ao nada. Não consigo mais responder com convicção se estou bem ou não. Só sei que "não estou". Nem mesmo meu espelho sabe responder por mim. Pensando agora, talvez meus pesadelos sejam tudo que eu sinto por dentro: algo feio, triste e indistinguível. Talvez eu só precise de um pouco de carinho mesmo. Talvez eu só precise deixar de ser mãe de todos todo o tempo. E voltar a buscar estrelas como antigamente. Tenho andado tão melancólica com o final de ano a se aproximar. Esse é meu último ano na escola e não sei se estou pronta para passar para a próxima etapa. Só sei que não quero continuar nesse lugar, não quero que as coisas continuem como estão. É como se eu fosse sufocar se passasse mais tempo aqui. É assim que eu me sinto nos pesadelos. E esteja sendo tão ruim porque talvez eu ainda não tenha acordado.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Cause come the morning I'll be gone.



A relação mais bonita que eu já conheci é a de amor e ódio. E estou falando sério.

Todo mundo sabe que implicância é afrodisíaco. Provavelmente, eu casarei (que palavra horrível) com a pessoa que eu mais detestar nessa vida. Porque cá entre nós mulheres, sempre pendemos para o lado daquele cara mais cafa possível. Não podemos dar a ninguém nessa vida a responsabilidade de nos completar, porque nós podemos apenas ser complementados. A maioria das pessoas separam-se porque não entendem isso. Cobram tanto do outro uma coisa que nem eles mesmos podem oferecer. Aquela velha coisa sobre dar sem querer nada em troca - o amor de verdade - já quase não existe mais. E não é preciso pagar terapia de casal para descobrir isso.

Na verdade, eu entendo um pouco sobre o amor. Mesmo que nunca tenha sido amada - ou pelo menos acho que não. Não que eu tenha ficado sabendo. Tudo o que eu tenho visto nos últimos anos são pessoas maravilhosas sendo tratadas quase como nada por causa desse troço chamado amor. Quando se sabe que tem alguém nas mãos, troca-se sentimento por dominação. Aquela babaquice do "não sei viver sem você". É claro que sabe. Você viveu durante anos sem a pessoa, não é agora que vai morrer da falta dela. O negócio é que você não quer, é diferente.

Ainda não sei como é que ainda existem pessoas que aceitam submeter-se ao outro. No amor, a gente sempre anda do lado do outro, não atrás. Pode me chamar de feminista ou qualquer coisa do gênero, mas mulher que se submete a um cara não merece o meu respeito. Poxa vida, essa sou eu: saindo de foco do assunto. A questão é que cada vez se ama mais pelos defeitos do outro do que pelas suas qualidades. Esse pessoal de hoje em dia que acha que um "eu te amo" diz tudo está meio leigo da situação. Muitas vezes não quer dizer absolutamente nada. Como um beijo na testa pode significar dez mil vezes mais do que um beijo desentupidor de oceano pacífico.

Agora sente e escute: cuide do seu amor, seja ele quem for. Você pode brigar todos os dias com ele, ou pode viver numa paz celestial com o mesmo. Mas agradeça por tê-lo e pense todos os dias: ei, eu tô com ele/ela, cara! Lembra quando eu disse que entendia um pouco sobre o amor? Bem, eu entendo muito sobre o amor. Nem sempre ele é aquilo que esperamos ou acontece no momento que esperamos. Eu estou aprendendo a lidar com a situação de que tudo nessa vida tem uma hora certa pra acontecer. O que pudermos ser, seremos. Serei.
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Obrigada à Belw do Prelude of heart pelo selinho (: Me sinto honrada, obrigada pelo carinho.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Unhappy birthday.

Questions of science, science and progress don't speak as loud as my heart.
The Scientist - Coldplay




17 no dia 17. Místico? Eu chamaria de maldição.

Sendo prática, eu detesto meu aniversário.

E sim, hoje é meu aniversário.

É o dia mais triste do ano para mim. Começo a receber um monte de mensagens sobre tudo o que passou e o que perdi. Quem eu perdi. Eu coloco um sorriso no rosto e finjo que tudo está bem. Um band-aid no coração e tudo bem. Durante o dia inteiro pareceu que eu iria morrer. Nada pessoal, é só que eu estou há um ano mais perto da morte. Tenho 17 anos e ainda não vivi metade do que quero viver. Sei que posso estar parecendo meio paranóica, mas está doendo. Uma merda, tudo isso. Não há nada de especial nesse dia. Não há nada que possa ser comprado. E esse monte de gente mais falsa do que uma nota de 7 reais que mal fala comigo ou me detesta e vem me desejar muitos anos de vida... que vão todos para o inferno!

Acho também que esse é sempre o dia mais melancólico da minha vida. Embora que eu tenha descoberto que há 50 anos atrás, nessa mesma data, os Beatles fizeram seu primeiro show. Tenho quase certeza de que nasci na época errada.

Tenho me decepcionado tanto com gente que eu amo. Como se tudo que eu fizesse ou deixasse de fazer não importasse. Porque sempre as coisas dos outros são mais importantes, é claro. Eu sei que eu sou toda errada. E não adianta querer mudar isso. Toda vez que eu quero acertar, erro. Toda ao contrário. Toda sem jeito. Todo um sacudimento de palavras.

Pelo menos o dia já está acabando. Hoje as estrelas estão em minoria no céu, mas eu ainda consigo vê-las da minha prisão particular. Eu queria ser uma estrela. Depois de algum tempo, eu morreria mas mesmo assim continuaria a brilhar. A maioria das estrelas que vemos já está morta. Alguns de nós também. Só ainda não foram avisados. De qualquer jeito, vou ter que aguentar esse dia pelos anos seguintes. Sorte que só é uma vez no ano. E na verdade, não faz diferença para ninguém. Nem pra mim.

domingo, 15 de agosto de 2010

I love the way you lie.


Esse tem sido o ano mais difícil da minha vida.

Ainda é difícil pra mim falar algumas coisas que acontecem dentro de mim. Falar mesmo, não escrever. Escrever  é fácil. Me sinto tão falsa falando as coisas que escrevo. É como se eu fosse um personagem de filme, que só existe nele. E também eu encheria o saco da outra pessoa demais. Está todo mundo muito ocupado morrendo para se lembrar de mim. Tenho até medo de chegar para alguém e contar as minhas coisas. A maioria sempre acha que a culpa é minha ou que é bobagem ou então que eu preciso de um namorado. Mas que droga! É idiotice pensar que o amor vai chegar e resolver todos os teus problemas. Cara, ele é um prêmio! Por tu ter conseguido tudo o que queria. Ele complementa, não ocupa todo o espaço vazio.

Meu inferno astral está terminando. Pelo menos isso. O mês bem que podia estar terminando também. Algumas pessoas me olham com tanta pena que chega me dá urticária. Como se eu precisasse da pena deles.  Todos uns idiotas que vão morrer nessa mesma cidade idiota. Eu não. Eu quero conhecer cada lugar desse mundo, desde a Groenlândia até a Austrália. Eu quero ter muitos momentos rock n' roll, não quero me prender a ninguém. Talvez algum dia, quem sabe. Algum alguém que não seja sobra de ninguém. Eu não mereço só os restos que os outros desprezam. Eu mereço mais, eu sei que eu mereço.

Sei que tudo isso é uma fase pela qual eu tenho que passar e tenho consciência de mim e do que estou passando. O negócio é que eu pensei que esse ia ser um ano maravilhoso e até agora só pisei em ervas daninhas. Essa coisa toda sem sentido que eu não consigo explicar nem muito menos sentir. Só consigo controlar a vontade de chorar e pensar que tudo isso vai valer a pena. E se a verdade é que todos nós somos almas incompletas como peças de lego, algum dia eu hei de me completar. Mesmo que no final eu não termine com um cara lindo em um belo pôr do sol. Mesmo que no final só reste eu, juntando os pedaços e tentando seguir em frente. Há sempre uma porção de coisas importantes que nos fazem querer virar esse ciclo. Porque na verdade, eles vão sempre aparecer por aí.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Let it be.



Outra pessoa: Você vai mesmo embora?
M: Vou.
Outra pessoa: Mas aqui está a sua família, os seus amigos, o seu lar...
M: Defina lar.

domingo, 1 de agosto de 2010

Para sobreviver a agosto.



Para sobreviver a agosto precisa-se primeiro ter inconsciência de que é agosto.E escárnio é essencial para atravessar esse mês nebuloso. Para fazermos piadinhas babacas sobre o mês do desgosto. Mês que nasci. Deve ter sido o desgosto da família eu ter nascido em agosto. De qualquer maneira, é um mês horrível. Prepare-se para as desgraças da TV ou em qualquer outro meio de comunicação humano. Até mesmo o coração. Prepare-se para as chuvas tempestivas e para alguns dias frios e melancólicos. Somos todos vítimas de agosto, esperando por um milagre que pode nos salvar. E talvez dessa vez dê certo.

No começo de agosto, pensamos que tudo está bem. Mas não se engane. Alguém lá em cima nos permite usufruir de um terço do paraíso para nos jogar de cabeça no inferno. Mês final do inverno - o que já me deixa irritada. Preparem os agasalhos para o meio do mês e um leite quente. Um bom livro, claro. Escute música como nunca. Desde Beethoven até Paralamas. Desenterre o velho rock 'n' roll naquele ótimo volume não-estou-ouvindo-você-bater-na-porta-e-os-vizinhos-colocarem-suas-casas-à-venda-para-não-ficarem-surdos. Tudo que eu sempre quis foi ser livre, e a música me dá esse frenesi.

Dizem que agosto é uma homenagem ao Imperador Augusto, de Roma. Também quero um mês com meu nome. Teu nome. Uma estrela com meu nome, teu nome. Grama verde, noite fria. Fecho os olhos e ainda consigo ver o céu. Aperto-os e mesmo assim a lembrança do que não existiu vem à minha mente. Procuro um interruptor para tentar apagar a luz estrelar. E logo o calendário cai sobre minha cabeça. Chocolate quente. Cereal. Filmes com o Johnny Depp. Cereal não. Brigadeiro. De panela. Dedos sujos, corpo frio. Solidão.

Até meus 11, 12 anos, eu brigava com minha irmã por ela dizer que agosto era o mês do desgosto porque eu nasci. Depois, reavaliei minha revolta. Elvis morreu em agosto. Lady Di morreu em agosto. As duas guerras mundiais começaram em agosto. Nagazaki e Hiroshima foram bombardeadas em agosto. Peter Fechter morreu em agosto. No mesmo dia em que eu nasci. Então tu me vens e me diz que eu sou babaca o suficiente para acreditar nessas crendices populares sobre um mês qualquer do ano. Todos os meus fantasmas me aterrorizam nesse mês maldito, e tudo que eu posso fazer é fugir. Sei que não é a melhor solução, mas é a única que eu tenho. Faltou luz, dear.

Mantenha-se respirando, é a dica final que te dou. 31 dias de tortura devem ser o suficiente para que consigas tua vaga no terreno celestial. O meu é no andar debaixo. Vista ampla para a tortura eterna de Hitler e Jack, o estripador. A propósito, torça pelas flores de setembro. Nunca consegui gostar de qualquer outra flor que não fosse margaridas. Combinam com minha peregrinação triste deste mês. Me dói essa gente desse país, me dói o sofrimento alheio, me dói as ruas, me dói o rascunho no papel, me dói o mundo. Idiota, idiota, idiota. Você nunca disse que iria salvar alguém como eu. Me acordem quando setembro chegar.


Considerações importantes: 
a) Eu sei que eu devo alguns comentários nos blogs que eu acompanho, porém eu ando ocupada com escola+enem+vestibular+meu livro e tenho tido pouco tempo até pra postar. Mas sempre que der eu visito o blog d'ocês.
b) Eu tinha terminado o texto do "Para sobreviver a Agosto" ontem, mas o Blogger resolveu foder com a minha vida logo no começo desse mês maldito. Então, passei a tarde toda refazendo depois de ter quase tido um treco e chorado parte da noite porque perdi o texto que demorei uma semana para fazer. É a coisa mais horrível do mundo perder um texto.
c) E por fim, sei que tenho uns selos e desafios para fazer e prometo que ainda essa semana eu faço. Don't call my name, vestibular.
d) (sim, eu já estou enchendo o saco, mas calma) Agradeço aos mais de 100 seguidores que o blog conseguiu, embora que eu não saiba de onde sai tanta gente que visita isso aqui... e por fim, agradeço ao sempre carinho de vocês nos comentários. Eu sempre leio tudinho.