segunda-feira, 29 de abril de 2013

The Depression Diaries, nº08 - I want to fall apart

Eu realmente queria poder vir aqui e escrever que as coisas — inclusive eu — estão melhorando. Eu queria poder dizer que eu não me sinto a maior merda da galáxia todo santo dia, que eu não vivo por aí sorrindo enquanto tudo dentro de mim dói pra caralho. Até porque é bem degradante até pra mim.

Sinto cada dia mais como se todas as coisas estivessem piorando e piorando todas ao mesmo tempo; nada nada de bom acontece, nem ao menos um sinal. Estão sendo tempos difíceis pra praticamente todos ao meu redor e me sinto cada vez mais egoísta por ser a única que está desabando. Por que isso sempre foi tudo o que eu sempre quis: poder desabar sem culpa nenhuma. Eu não queria ter que escrever essas palavras que sempre me soam falsas, e então pareço mais falsa do que nunca e não sei mais quem sou. Talvez se eu tivesse alguma fé cega em alguém ou em algum deus ou em qualquer coisa eu sentiria menos desespero pois saberia que não estaria sozinha. Eu passo pelos dias como um fantasma, que todo mundo vê mas não dá a mínima. Eu rio das coisas que me contam, quando na verdade quero sentar no chão e chorar até desidratar. Levanto da cama e saio de casa, quando tudo o que eu queria é ficar trancada no quarto pelo resto da vida. Dói fazer tudo isso, dói uma dor excruciante desde meu último fio de cabelo até meu dedão do pé. 

Estou há uns dois meses sem tomar remédio, há um tempão sem psicóloga e psiquiatra e me sinto como um barco à deriva sem saber qual rumo tomar. Estou completamente sozinha e sem poder fraquejar nesse momento, o que rasga cada canto dentro de mim com um punhal afiado e incansável. Não quero precisar suportar nada, apenas queria que pelo menos alguma coisa demonstrasse estar ficando bem. Eu só quero que tudo fique bem e quero não odiar cada parte minha porque não há nada que eu ao menos ache bonito em mim. Mas eu simplesmente não sei o que fazer, não sei mais de nada; nem mesmo rezar. E todas essas palavras daqui só são lágrimas.



segunda-feira, 1 de abril de 2013

The Depression Diaries, nº07 - Trégua? r: Não

28/03/13

Estive pensando esses dias e percebi que só escrevo nesse "diário" quando estou na camada mais profunda do fundo do poço. Portanto, devido à conquista de 1 mês sem ter crise alguma, esse post é uma comemoração.

30/03/13 - 3:30 AM

Eu estava errada.

01/04/13

Eu não quero mais escrever, eu não quero mais sair de casa, eu não quero ver ninguém. Eu não quero que ninguém me veja chorar, eu quero dormir e quando eu acordar nunca mais me sentir a maior merda que a vida já produziu. Eu sou a porra da pessoa mais sozinha do mundo inteiro e não por culpa de ninguém, mas por uma sina que vem junto com essa doença. Tudo que eu todo toco morre ou não dá certo, e se você for esperto o suficiente vai cair fora sem olhar pra trás. Eu parei de tomar os remédios, parei de ir à psicóloga e pareço estar afastando todo mundo cada dia mais. Mais do que Hitler  ou aquela sandália Crocs, eu sou o maior erro que o Universo já cometeu, um erro que vem dando azar pra raça humana inteira e vocês nem desconfiam. Tudo me irrita e a pior coisa de tudo é não ver uma luz no fim da jornada. Eu sou só uma garota e eu estou perdida, desaparecendo aos poucos pra que ninguém se dê ao trabalho de notar. Sou aquela pessoa que fica no fundo das fotos de festinhas caseiras, com um copo na mão e uma expressão de letargia no rosto. E quanto mais velha a foto fica, mais é perceptível que eu nunca estive lá. Eu nunca estive lá, nunca.