domingo, 27 de setembro de 2015

The Depression Diaries, n° 46 - I wish I was here

Não consigo evitar de imaginar como seria eu - minha vida - se eu não estivesse doente e sendo consumida por essa doença. Todas as coisas que eu poderia ter feito não chegam a me assombrar; elas passam por mim de vez em quando pois auto tortura nunca é demais. Eu não saberia mais dizer quem eu sou. Não sei do que eu gosto, do que eu gostaria, do que eu poderia chegar a gostar de fazer um dia. Eu queria ter uma vida na qual eu não consigo me enxergar nela porque eles não fazem destinos para fantasmas. É isso que sinto que sou. Eu poderia ser tanto que devo acabar sendo nada para a manutenção da ironia do universo. Eu não queria ser mais uma das histórias tristes, mas ultimamente parece que isso é tudo que eu sou. Eu não quero ser outra Sylvia Plath, outra Virginia Woolf, essas garotas. Eu não queria ser incapaz de ver meu impacto no universo, se é que eu faria algum. Eu estou cansada de sentir tristeza e ser a garota triste. Existe um demônio que vive em mim, meu monstro, minha selvageria, arranhando todo o meu interior em busca de liberdade. Eu estou sempre cansada porque eu vou para a guerra todos os dias. Vou em busca de paz, da não-dor, da sensação de ter encontrado deus. Mas só existe a dor que aperta meu peito e me achata, me torna cada vez menor e menor e menor. Não há nenhuma arte nisso. Não há nenhuma beleza nisso. Só existe a dor e dias sem conseguir levantar da cama e só me alimentar porque minha mãe não esquece de mim. Eu queria poder parar de lutar contra a minha natureza humana. Eu queria poder me sentir satisfeita com o que todo mundo se sente satisfeito. Eu queria ser mais burra se isso significasse que eu seria feliz. O deus Odin deu um de seus olhos em troca de mais conhecimento, mas eu daria muito mais em troca de não ser mais fantasma do que ser humano. 

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