domingo, 6 de outubro de 2013

The Depression Diaries, nº15 - All I need is love

Voltando pra casa ontem cheguei à conclusão de que a pior coisa sobre a depressão é quando você sente que ninguém realmente está ali do seu lado para te dar suporte. Em todas as coisas do mundo, caminhar sozinho por uma estrada escura e inóspita é desesperador, confuso e tremendamente perigoso. Sinto como se todas as vezes em que entrei em crise e fingi muito bem que estava tudo ótimo as pessoas ao meu redor me olhavam e pensavam "ah, tá tudo bem, ela sobrevive. deixa ela quieta no canto dela que daqui a pouco passa." Ninguém (além da minha mãe uma única vez) me aguentou durante uma crise de choro, ninguém nunca foi além do "não vou te forçar a falar se você não quiser", ninguém nunca perguntou se eu já tentei me matar alguma vez. É fácil ler meus relatos aqui, é fácil perguntar "tá depressiva, é?", é fácil perguntar como estou quando estou nas minhas fases estáveis. É fácil ser amigo quando o sol brilha e os pássaros cantam, é fácil fingir que não estou ali e acabar me fazendo acreditar também. Ontem cheguei à conclusão também de que apesar de tudo que aparento tudo o que preciso e o que quero é estar perto dos que gostam de mim e me dão suporte, dos que querem estar comigo, dos que não me julgam e levam a sério minha doença; abolindo de vez do vocabulário termos como "você só é triste se quiser" e "não é nada vai passar logo". Não tenho a pretensão de ser salva por nenhum manic pixie boy, nem por ninguém. Eu só quero me sentir parte de algo, de qualquer coisa, de pessoas que viram a pior parte de mim e ainda me querem por perto. Eu quero que as pessoas parem de ter medo de mim e me enfrentem mais vezes, que lembrem da minha existência vez em quando e do quanto preciso do convívio com elas. E não, eu nunca esqueço nada. 

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