terça-feira, 6 de agosto de 2013

The Depression Diaries, nº11 - I'm the shittiest friend ever and i know it


Eu li alguma vez (não me lembro onde e estou com muita preguiça de procurar) que as pessoas podem suportar qualquer coisa desde que vejam o fim dela. Tipo quando você está numa maratona e tem o conhecimento que faltam, sei lá, 5km para a linha de chegada. Mas e se você vive uma coisa há tanto tempo que nem acredita mesmo que algum dia possa ter fim? É uma expectativa ao contrário; eu não ligo, deixa ela aí, já tá aí mesmo então foda-se cara, a vida não pára pra ninguém que dirá para os meus transtornos que transtornam a vida de todo mundo. Essa, entre muitas outras, é a razão do por que eu sou a pior pessoa pra se ser amiga. 

Mentira, não é culpa das minhas doenças não. Sou eu mesmo que sou uma merda de pessoa. Mesmo antes disso tudo aí no que ponho a culpa. A filhadaputagem me acompanha desde meu nascimento quando com certeza demorei a chorar só pra deixar o médico preocupado. Meus diálogos internos de que minha lealdade e devoção àqueles que prezo se sustentam fortemente dentro de mim são interrompidos por aquela voz escrachada que berra "não basta ser, tem que parecer também, panaca!" e aqui estou: não sei parecer. E quando tento parecer, acabo parecendo imbecil. O que no fim eu devo ser mesmo. 

Então fica aqui o meu parecer meio escondido nessas palavras sem contexto. Até por que eu sei que não deve ser fácil ter que me aturar. Principalmente esse meu espírito competitivo. E isso só por que eu só mostro uma parte dessa minha loucura diária que envolve cachaça, teorias conspiratórias, ataques de ansiedade e gatos. Por isso que concordo com outra frase cujo o autor não sei de imediato nem pretendo procurar agora: as pessoas amam diferentes partes de mim. Como se quando o quebra cabeça inteiro for montado, uma figura monstruosa esteja situada no centro dele fazendo uma careta que o deixa mais feio ainda. Tipo um Godzilla mesclado com um Dalek. Quem vai me amar quando vir esse monstro que urge pra sair todos os dias e o contenho cantando Madonna? Quem vai me olhar e dizer "beleza, já vi todos os seus lados ruins e ainda te quero por perto"? 

Mas citando uma frase de um autor que dessa vez eu me lembro qual é, a coisa da qual mais tenho medo no momento sou eu. De não saber o que eu vou fazer. De não saber o que eu estou fazendo agora. Obrigada Haruki Murakami.

Liberdade é tão confusa.

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