segunda-feira, 16 de setembro de 2013

The Depression Diaries, nº13 - Se eu olhar para trás, estarei perdida

Isso é provavelmente a coisa mais estúpida que eu já escrevi em toda a minha vida. E olha que eu já escrevi muita coisa estúpida nesses vinte anos da minha existência. Mas sabe a sensação de não ter ninguém mesmo tendo todo mundo? Que você só tá ali, em determinado lugar da vida de alguém só pra preencher cota de figurante? Segurando as pontas, sendo distração momentânea, sendo capacho. Não há uma ligação real entre a vida deles e a sua, entende? Já há outras pessoas fazendo esse trabalho, e nenhuma delas é você. Eu sento aqui e passo a maior parte do meu dia em frente a uma tela pra não ter que ir ao banheiro e cortar meus pulsos. Eu humilho as pessoas pra que ninguém veja o que se passa dentro de mim. Essa autoimolação que entra em combustão todo dia dentro de mim é em mil vezes a quantidade de danos que qualquer um pode me causar. Sinto como se eu estivesse sufocando mesmo tendo todo o oxigênio do mundo disponível; eu só não quero dar a mínima sobre ninguém, muito menos sobre mim mesma. Eu não sei de mais nada e ninguém se importa em descobrir, portanto por meia desta afirmo que todo mundo pode ir se foder. Eu quero correr e correr e correr até que eu não tenha nada mais do que fugir dentro da minha cabeça; minha maldita cabeça que não cala a boca um segundo. Talvez eu seja apenas mais uma egoísta nesse mundo querendo mais do que pode pedir, contudo eu me recuso a aceitar menos. Eu não posso esquecer e fingir que não me senti o ser humano mais insignificante da face da Terra, nem muito menos que esqueci. Todas as memórias que vivem em mim, proporcionalmente, também não somem nem muito menos são deixadas de lado. Esse é o ponto de viver em segundo plano: ninguém lembra, só você. Ninguém reconhece tua ausência, só você as deles. Passo despercebida quando quero e quando não quero por que todo mundo aprendeu a ter medo de mim. Eu queria que eles pudessem ver que ir mais além do portão com aviso de "cão raivoso" não os mataria.


“You spend your whole life stuck in the labyrinth, thinking how you'll escape one day, and how awesome it will be, and imagining that future keeps you going, but you never do it. You just use the future to escape the present.” John Green, Looking for Alaska

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