sexta-feira, 12 de julho de 2013

The Depression Diaries, nº10 - Ansiedade é uma grande filha da puta


JESUS FUCKING CHRIST. Em inglês (e em itálico e negrito) mesmo por que essa expressão define muito a minha pessoa em mais aspectos da minha vida do que eu gostaria. Eu não sou amiga da minha depressão, e plenamente nunca conviveremos no mesmo corpo sem uma tentar assassinar a outra. É como viver com o Darth Vader empunhando seu sabre de luz vermelho pra você; um parasita acoplado na sua pele e nos seus pêlos e na sua alma. E nem mesmo boas metáforas ela me permite fazer.

A ansiedade é como um bichinho que você encontra na rua e se apieda, pensando "por que não levar pra casa e cuidar dele? nada de mal pode acontecer." Aí então, depois de alimentado, banhado e de ter ganhado alguns carinhos, o meliante resolve morder a mão que lhe dá comida. Depois disso ele foge, você faz um curativo e tudo segue bem. Só que algum tempo depois, o bichinho volta arrependido e você, panaca do jeito que é, o aceita de volta. Agora imagine isso em looping. Eterno. Insistente. Uma tortura que já deve existir no inferno, e provavelmente envolve assistir o filme do Daredevil todo dia após uma crise de ansiedade.

Eu não deixo minha mãe me ver durante minhas crises. Muito provavelmente ela somente surtaria mais ainda do que eu e tentaria me dar um chá ou um remédio pra dormir. Não que eu não a queira por perto, o problema é que ela não consegue compreender. Me compreender. Eu respiro fundo. Imagino que tem alguém me abraçando. Repito pra mim mesma mil e duas vezes que eu não sou louca. Que eu estou em pleno domínio dos meus pulmões e da minha respiração. Que eu não vou morrer. Que está tudo bem eu me acalmar.

Um dos principais motivos que gosto de estar mais perto dos meus amigos (além do óbvio que é eu amá-los) é que, apesar de eu não conversar muito com eles sobre as coisas que passo, sei que eles estarão ali para me acudir quando eu tiver sem conseguir respirar feat. me debatendo. E assim eu vou sobrevivendo, dizendo pra minha mãe que naquelas vezes que ela me encontrou dormindo no chão do quarto foi porque eu estava com calor — mesmo que estivesse fazendo 19º.

Vai ver que algum dia eu acorde e consiga fazer o que minha mãe vive dizendo: controla essa ansiedade aí sozinha, não fique dependendo de remédio. Nossa, que genial. Eu nunca tinha pensado nisso antes. Descobri todas as respostas para as questões do universo. Porra, que mané Deus. Nós todos somos Deus. 42, porra.

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