terça-feira, 1 de janeiro de 2013

The Depression Diaries, nº03 - Novo ano, novas merdas

2012 enfim acabou. E ele só não se tornou o pior ano da minha vida por que conheci pessoas maravilhosas - outras nem tanto - e mantive as amizades que ainda me restam, mesmo depois de tudo e de todas as minhas crises e desesperos. 

Eu não fiquei em casa no Réveillon, como eu disse previamente que morreria se ficasse. Viajei - e ainda estou viajando - com uma amiga, Osci (apenas apelido de Carla, mas é uma longa história) e os amigos dela, que foram todos muito legais comigo ao contrário do que eu pensei que seria. Basicamente,  todo mundo me odeia até que se prove o contrário. Acho que finalmente entendi porque Osci gosta tanto de vir pra essa cidade - apesar do grande calor. Em todos os momentos que passei com eles deu pra notar nitidamente o quão forte a relação deles é, apesar de todos os desentendimentos e em todos os detalhes que nunca serei capaz de observar como um todo. 

Realmente pensei que em meio a todos os momentos lindos e felizes que já tive até agora nenhuma nuvem negra, daquelas que vêm me assombrando durante esses longos meses, realmente pensei que elas não fossem dar as caras por aqui. E por aqui, digo em mim. Eu não sentia um desejo de morrer tão forte quanto o que eu senti hoje fazia muito tempo. O propósito que mantém todo ser humano vivo escorregou entre meus dedos como se nunca tivesse estado lá nem uma vez sequer. Depois de tanto tempo fazendo respiração boca a boca na minha alma, eu enfim aceitei minha morte interna.

Hoje eu deitei numa das redes da casa de praia e chorei como se chorar fosse fazer tudo aquilo parar. Chorei como se ela fosse me manter viva o suficiente para não machucar ninguém. Chorei em silêncio, para que os meus amigos na rede ao lado não ouvissem e coberta com lençol para ninguém enxergar minhas lágrimas. Chorei de nojo de mim mesma. Chorei e me senti a pessoa mais sozinha do mundo. Não por que meus amigos não estavam lá por mim ou por que eles não davam a mínima, mas sim por que eu nasci assim e sempre serei assim. Minha sina é tão triste quando sufocante e me mata todo dia um pouco e tudo por causa desse cérebro maldito. Eu odeio minha cabeça, eu odeio ser assim, eu odeio tanto que parece que vou cometer um suicídio interno. E ninguém vai ver, ninguém tá nem aí depois de certo tempo e desgaste.

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