quarta-feira, 13 de julho de 2011

Paper floor.


Há uma porção enorme de pessoas que detestam passar muito tempo em banheiros por eles serem úmidos ou por alguns deles serem fedidos. Meu banheiro sabe mais sobre mim do que qualquer ser vivo. Tranco a porta e passo horas sentada escutando e olhando o nada, buscando uma paz que muitas vezes eu não encontro com você. Conto para as paredes confiáveis do meu banheiro o quanto eu nunca esqueço de amar você, mesmo ficando bastante cansada disso muitas vezes. Sento no chão gelado e conto mentalmente para o box que quando me sinto deixada de lado por você, penso num momento bem bonito nosso, daqueles que tem uma cor bem clarinha em volta só pra harmonizar tudo dentro de mim. Vejo minha cara no espelho sobre a pia e enxergo olhos de quem gostaria de pensar menos em coisas sobre você por que talvez assim as reações que meu corpo tem fossem menores. Molho meus pés sob a água do chuveiro e imagino toda a mágoa que você me causa achando que tudo sobre mim é bobagem indo embora ao descer pelo ralo. Minha ações muitas vezes não foram suficientes pra te fazer compreender que tudo sobre o que eu escrevia sempre tinha um pouco de você, embora que tenha se recusado a aceitar ou não notou mesmo por uma promessa falha minha. Talvez essa não tenha funcionado, mas estou querendo muito querer conseguir todas as outras. Por que não importa quantas vezes eu tenha deixado a água correr sobre o nada para que ninguém escutasse meu choro, nem mesmo aquelas vezes em que senti que você estava um passo a mais de se esquecer de mim. A perspectiva de estar ao seu lado vai ser meu guia, meu motivo por ainda estar caminhando por aí. Sinto que tudo isso que chamamos de nós um dia pode ser verdade, embora que os caminhos estejam querendo rumar para o outro lado. Tenho medo dos nossos planos por que só realizei tão poucas coisas nessa vida e não quero que vá parar num lugar ermo onde os fracassos residem. Entretanto, confio em você. Na esperança de que um dia eu possa trocar o chão frio do meu banheiro por um lugar quente ao seu lado.

Música do post: First Love - Adele

Um comentário:

  1. O que você faz? Você brinca? Se diverte? Como é isso para você? É fácil escrever? As palavras transbordam pela sua mente, e caem no papel, organizando conforme a música, que na verdade denomino seu dom. Não há saídas para tuas respostas, o que você faz ao expressar é anormal, é de deixar qualquer um querendo fazer um pouco do que você faz. Escrever dessa maneira é desumano, e deveria ser ilegal.

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