sábado, 2 de outubro de 2010

Shooting stars.


Na noite passada eu vi uma uma estrela cadente. Eu pedi desesperadamente para ser feliz. Eu quis acreditar. E acho que acreditar deveria ser o lema de todo mundo. Acreditar em si mesmo, pra começar. Eu tento fazer isso todos os dias. Não sei você, mas eu amo as estrelas. Pena que todas elas já estejam mortas quando as vemos. Acho que só esqueceram de avisá-las. E tem muita gente que está vivo como se tivesse morrido.

No final, somente essa frase é a verdadeira: só se dá valor quando se perde. Porque quando perdemos, um chute no estômago nos atinge e parece que nosso vazio não se chama mais fome. Como montar um boneco com lego, não pode faltar nenhuma parte, pois se não tudo desmorona. Não sei se lego é a melhor metáfora, mas é a única que se encaixa em mim. Não entendo como a distância pode modificar tanto as amizades. Mentira, entendo sim. Entendo mas não queria entender. Nunca fui muito boa em manter pessoas. Por isso que evito me envolver. Por isso sempre ouço a velha história de não criar muros, e sim pontes. Porém ninguém entende que as pessoas, as minhas pessoas, sempre vão embora. Perdem-se e nunca mais se encontram. Isso deve ser natural, uma lei da vida. Aliás, eu nunca tive muita sorte. A maneira como as pessoas vêem, arrancam tudo que tenho e vão embora é quase furiosa. Não consigo manter a tal da tranquilidade estóica. As coisas merecem - e devem - ser intensas. Há uma porção de coisas que fiquei por dizer, e penso que talvez seja melhor não ter dito. Sempre fui tão nada para os outros que ninguém pode me julgar por ser fria do jeito que sou. São marcas, cicatrizes, passagens por todas as partes do mundo que ficaram gravadas aqui no peito. Eles ocuparam o lugar do coração.

Um dia desses me deu uma vontade grande de ir à praia. Só pra ver o mar, esperando que a imensidão dele preenchesse meu vazio. E ficar até de noite na praia, deitada na areia, vendo as lamparinas do céu brilharem e caírem sobre a minha cabeça e então choveria. Choveria para lavar a alma. Para limpar toda essa podridão que está dentro de mim. Mas as pequenas luzes mortas nunca deixariam de brilhar. Porque mesmo morto, ainda há uma razão para se viver. Não você, não eles. Só eu, só meus sonhos caleidoscópicos. Só minha decisão de acreditar que tudo o que vivo agora é tão ilusório quanto meus próprios sonhos noturnos. Porque não consigo sonhar quando o dia está claro. É como ter o sol brilhando às onze da noite. Nesses próximos meses, muitas coisas serão decididas. Minha vida é uma delas. Está tudo tão misturado, tão uma coisa só que quase não a acho nessa imensidão estrelar sem fim. Por Deus, que as coisas melhorem. Pra mim, pra você, pra todos nós. Que a chuva aumente e todos os trovões e raios e tempestades sirvam de chuveiros freudianos e limpem nossa aura e nos deixem as melhores vibrações que podemos receber. Porque tudo que eu sei é chover.

Música do post: The Fear - Lily Allen

9 comentários:

  1. me identifiquei muito nesse seu texto. minhas pessoas também me deixam. eu achei que ele ficou muito bom, gosto da sinceridade que você passa nas suas linhas, elas no atingem internamente. beijão e que chova e traga o que se quer dos céus.

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  2. oh god! Você consegue descrever tudo que eu sinto, com as palavras perfeitas. Só você consegue fazer grandes textos e me prender a eles. Continue escrevendo, adoro ler seus textos.

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  3. que texto lindo. amei mesmo! nice blog. ;*

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  4. e que Deus te ouça!
    às vezes eu me impressiono de estar viva. é um milagre que acontece todos os dias.
    e se eu assinasse esse teu texto, até eu mesma me enganaria achando que eu o tinha escrito. está a minha cara!

    beijo no ombro.

    ah, as estrelas me fascinam.

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  5. De fato, acreditar deveria ser o lema de todos, pois quando você acredita a opinião alheia não tem efeito sobre você, porque você escolheu acreditar em algo e nada pode fazer você voltar atrás - ou não. Eu gosto de acreditar em algumas coisas, nas quais eu deposito toda minha fé.
    Também gosto de estrelas, mas não tenho nenhum sentimento forte por elas, prefiro a lua. Talvez pelo tamanho, talvez pelas várias formas e talvez seja só porque sim. (hi hi) '-'
    E sobre as suas pessoas sempre partirem, bem, isso acontece com todos e, às vezes, é inevitável. Já que você tem isso na cabeça, tente aproveitá-las enquanto você ainda as tem, para que as boas lembranças fiquem.
    Eu digo que o mar é um analgésico pra alma, pelo menos pra minha. Gosto de caminhar em frente a ele e gosto de ver as ondas indo e vindo.
    Olha, eu quero muita chuva, não lavar a minha alma, mas para regar meu jardim *-*

    beijas, meu coração :*

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  6. AMÉM!

    Amei seu post, você escreve muito lindo.
    Sei como se sente e pode acreditar, passei por isso muitas vezes ... Mas hoje é diferente, porque eu decidi que seria e a partir dai, só coisas boas me surgiram.

    É a lei da vida. Todo mundo se vai de alguma forma, eu aprendi isso da maneira mais difícil e pude compreender conform fui ficando mais velha, você verá que acontecerá o mesmo. Tenho muitas pessoas queridas ao meu lado, mas muitas mais em meu coração. As que não podem estar perto, por um motivo ou outro eu não posso esquecer e elas se mantem vivas e presentes em mim. Uma coisa: "As pessoas que amamos nunca nos deixam de verdade" (HP)

    Seja feliz!!!

    Muita luz e muito amor, sempre.

    Um beijo ;*

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  7. gostei desse teu jeito bonito de jogar as palavras sem perder o texto.
    Muito bom.
    Maurizio

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  8. Então chova. Que seja uma chuva de estrelas, de mudanças, de renovações e acima de tudo de felicidade. A gente nunca pode perder a esperança de ser feliz e nem de ter sonhos, pois tudo isso ajuda a gente a passar pelo dia e seguir sempre em frente, é claro que existem obstáculos e as idas e vindas da vida, mas não podemos desistir tão facilmente. É assim que penso, espero ter mantido o foco do texto nesse comentário, hehe.

    Bjs =)

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