Na noite passada. Era tudo tão bonito, como aquelas coisas que a gente sempre pensa que nunca vão acabar. E nós devíamos ter o direito de escolher isso. O para sempre. Eu queria ser teu nada, já que eles dizem que nada dura para sempre. Queria acordar e ver seus olhos ainda fechados, sua respiração calma e sentir seu braço envolvido na minha cintura. Tão perto, tão perto. Pedindo que nada disso seja um sonho. Eu sei que eu não posso te tocar. Sei que tudo isso é tão bizarro e assustador que eu entendo esse medo todo. Eu também estou com medo. Porque eu sei que vou te magoar. Sempre magôo. Porque ainda é incrível como você é sempre a primeira e a última coisa a estar na minha mente todos os dias. Você sempre está sentado no chão, encostado no sofá, o sofá pinica, você disse. Mas eu não me importo, por você eu durmo no chão, na varanda, no telhado, no fim do mundo. Você passa seus braço pela minha cintura e eu estremeço. Passo horas encarando seus olhos, descobrindo cada parte do teu rosto. E então você ri da minha cara de boba. Como se nada mais importasse. E depois o nosso banho de mangueira. Você molhando o cachorro enquanto eu tento me esquivar. Tão simples, porém tão difícil. Incrível como ainda falo como se você não fosse ler alguma dessas coisas que escrevo. Porque você me confunde. Porque eu me confundo. Porque sou tão hermeticamente fechada e você acabou por destruir tudo. Com que direito? Talvez você nem saiba. Não há mais nada pelo o que chorar. Somos apenas cinzas de um mundo que nem sequer existiu. Mantenho o sentimento vivo enquanto você não o esfaquear. Enquanto uma palavra poderia mudar tudo isso. Mudar aquilo que você chama de destino e no qual eu não acredito. Tenho a vaga fé de que estamos sonhando. E que quando acordarmos, você estará com os braços na minha cintura e eu sentirei o cheiro do seu cabelo tão macio aqui. Ainda é muito difícil desamar.
Música do post: Remember to Breathe - Dashboard Confessional