não existe pessoa mais triste no mundo do que eu.
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
quinta-feira, 13 de agosto de 2015
The Depression Diaries, n° 43 - You look like a winter night. I could sleep inside the cold of you.
Não tá melhorando nada. Esse é meu ponto mais baixo? Existem multidões gritando no meu coração e eu não consigo discernir nada. Um borrão. Eu, um borrão. Here comes the sun. Here I come, Sun. Eu guerreio com o universo todos os dias e venço sempre, mas um dia eu vou perder. Eu vou perder e meu eu borrão vai se despedaçar, meu eu borrão vai se reciclar em qualquer coisa que o universo meu grande inimigo meu nemesis e melhor amigo quiser que eu seja. Mas eu finalmente vou perder minhas memórias. Meus momentos a que tanto me agarro, são a única coisa que tenho eu não existo sem eles, Eu me vejo nas três dimensões, eu me vejo sorrindo enquanto meu sorriso encontra os olhos das pessoas como se eu fosse espectador e participante ao mesmo tempo. Eu contemplo tudo como se eu fosse deus mas tudo o que sou é aquela que cai em todos os cenários possíveis, que achou que sabia muito que sabia demais que sabia tudo e sempre foi burra. Eu tento tirar fotografias com meus olhos que tem a qualidade da câmera de um celular defasado, eu me agarro a um bote que só faz afundar e afundar. Eu nunca me senti tão mal em toda a minha vida e cada vez mais o fim, a tela preta depois do fim do filme, o vácuo, o nada me parece a coisa mais atrativa que já existiu durante toda a criação. Então eu só me machuco pra forçar meu foco. Eu saio correndo pra tentar enganar minha mente a se calar. Eu fecho os olhos com toda a força do mundo e abraço minhas pernas e digo que eu não existo numa desesperada psicologia reversa. Nada disso é poético.
quinta-feira, 30 de julho de 2015
The Depression Diaries, n° 42 - Começa com S e termina com O
Meu momento preferido em toda a minha vida foi quando eu viajei de avião pela primeira vez — de madrugada, um voo vazio — e pude ver, de cima, todas as luzes da cidade. É a minha última lembrança de sentir felicidade. Provavelmente porque vai ser o mais perto do espaço sideral que eu vou chegar até morrer e porra, eu amo o espaço #thetruthisoutthere. Porra, esqueci o que ia escrever sobre. Pera.
(2 min depois)
Lembrei. Era sobre morte. Não tem um jeito menos estranho de falar pras pessoas que você quer se matar, né? As reações das pessoas são sempre sensacionais. Algumas ficam em silêncio completo, outras falam "AI PARA COM ISSO" e tem umas até que comentam sobre gente que se matou também mas dando um certo suporte, eu acho. Eu não sei bem porque quero me matar. Acho que nunca antes na vida desde que fiquei doente eu quis tanto me matar quanto quero agora. Mas sempre parece que eu to esperando algo passar pra poder cometer o ato, que eu to almejando passar por algo aí então fazer o que eu quero. Veja bem, eu não consigo ter bem objetivos na vida. Não tenho nenhum pudor de falar pros meus amigos que eu quero sim me matar. Eu não consigo sentir porra nenhuma. PORRA NENHUMA. Dentro de mim só existem os sentimentos ruins. Dor. Angustia. Vazio. Etc. Porra. Desconfie de todo sentimento novo que eu afirmar possuir por qualquer coisa/pessoa. Eu não tou em plena capacidade das minhas faculdades emocionais. Eu nem sei qq to fazendo ainda acordada muito menos viva.
Me desculpem se não consigo me importar com porra nenhuma. Eu quero muito, juro. Eu amo todos vocês mas ainda sou uma garota morta.
"somewhere i have never travelled, gladly beyond
any experience, your eyes have their silence:
in your most frail gesture are things which enclose me,
or which i cannot touch because they are too near."
e. e. cummings
domingo, 19 de julho de 2015
The Depression Diaries, n° 41 - Boom
Em uma das minhas recentes consultas com minha psiquiatra, expliquei minha crença no fato de tudo que habita o universo ter uma finalidade, um motivo pelo o qual está aqui. Eu realmente acredito nisso, ou pelo menos o máximo que alguém como eu pode acreditar em algo. O que acontece quando se questiona demais sobre isso? Você acha que o universo tenta enlouquecer gente como eu porque pensamos demais? Eu não quero isso mais, universo, pode tirar de mim. Eu quero mergulhar numa ignorância profunda, quero não querer questionar, quero me sentir satisfeita com o fato de que nunca vou saber tudo e cumprir um papel qualquer, e encontrar alguém, dividir a vida, fazer dívidas, morrer, ser esquecida, virar pó, virar outras coisas, poeira estelar, adubo, um balanço de criança, uma explosão no centro de uma nebulosa. Tinha sangue nas minhas mãos 10 minutos atrás - sangue que eu mesma provoquei porque deus como é bom ter controle sobre algo. Meu ponto nunca chega a ser um ponto de verdade é só uma verborragia de quem tá bem cansada de quem devia dormir mas continua acordada porque quer colocar seu nome num big bang. Ah, a tola. Tola como os deuses quando criaram a si mesmos.
quinta-feira, 11 de junho de 2015
The Depression Diaries, n° 40 - disclaimer
Eu tou num péssimo lugar nesse exato. E o pior é que parece um déjà vu agradável, feels like home. Não adianta quantas vezes quantos momentos bons eu tenha ou quantas piadas eu faça. Eu sempre vou acabar nesse mesmo lugar horrível mas reconhecível; um estado no qual você sempre acha um jeito de se punir. Eu preciso das pessoas mais do que elas precisam de mim, eu preciso das pessoas que nem sei se ainda tão na minha vida pessoas que tem outras vidas. Só estar perto, não me deixar sozinha com meus pensamentos, me ligar as 3 da manhã eu nao durmo muito mesmo conversa pergunta faz piada de mau gosto me chama pra fumar um cigarro mesmo estando a 20km de distancia. Eu sou uma cretina prepotente egoísta eu sei, eu falhei em aprender a como lidar com a vida, não fui feita pra isso, vim com defeito de fábrica. Não quero viver sendo sempre a que precisa mais eu não sou uma criança mas. Só estar perto, não me deixar sozinha com meus pensamentos mas não quero precisar de outros que tem outras vidas. Não sei mais como é que me sinto, mas queria conversar queria interagir com pessoas específicas mas também queria pular de um prédio queria abraçar queria dormir queria só pertencer queria fazer coisas que importam queria sentir coisas boas de novo fazer conexões; Eu to cansada de continuar a tentar tentar tentar tentar tentar tentar tentava tentar tentanrr tentar tentar tenatr tengarrtrrrerrr
segunda-feira, 25 de maio de 2015
The Depression Diaries, nº 39 - Não sou
Eu sou eu sou eu sou eu sou. Eu repito. Eu sou eu sou. Eu sou. Eu sou tudo o que dizem que sou, sou tudo o que não sabem o que sou, sou tudo o que fingem que sou. Eu só sou. Só existo. Só continuo viva. Só continuo sorrindo e fingindo e socializando. Continuo continuo continuo. Até quando? Desse jeito? Pra sempre. Pra sempre? Pra sempre sentindo esse tufão dentro do meu peito, que quer a liberdade pra poder destruir tudo a minha volta? Eu não quero ser o tufão. Eu quero ser a brisa fria num dia quente na praia, vindo em ondas e ondas de alívio. Eu quero ser esse tipo de brisa. Mas eu sou o tufão. Sou o tufão e assusto todo mundo, sou o tufão e destruo tudo que toco. Então porque continuar vivendo? Minha psiquiatra diz que eu preciso ter mais atividades que eu goste na vida, que eu preciso ter goals que eu preciso precisar. Nem funcionar como uma pessoa normal eu consigo, imagina precisar de alguma coisa ou alguém. Eu até preciso, mas não acho que mereço tanto. O fim da minha faculdade se aproxima e eu não tenho a mínima ideia do que fazer sobre tudo. Meus amigos estão seguindo a vida sem mim, fazendo planos, botando os planos em prática, namorando, viajando, se comprometendo com coisas e eu continuo aqui apenas... sendo. Na verdade eu não sou porra nenhuma, essa que é a verdade. E o não ser porra nenhuma é pior do que ser qualquer merda. Eu me auto saboteio, eu faço tudo que é errado porque sim eu não mereço nada certo. Não mereço ninguém certo. Nada nada nada nada. Eu choro e nem sei porque. Tem coisa mais ridicula? Eu sangro e nem sei porque. Sangro sangro sangro sangro sangro sangro. Eu quero gritar mas não acho que eu mereça gritar. De qualquer jeito eu me mato mesmo depois do meu aniversário e então nada vai importar.
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