Por volta dos cinco, seis anos, a maioria das crianças ganham um animal de estimação. Pode ser um gato, um coelho, mas geralmente é um cachorro. Você ganha ele ainda filhote e dá tudo o que ele precisa: um nome, comida, bebida e um lar. No começo, você não era tão familiarizado assim com ter que cuidar de alguma coisa, mas com o tempo aquele bichinho que chegou de repente na sua vida se torna o teu melhor amigo. Todos os dias quando você chegava da escola, ele estava lá para te receber com o rabinho abanando e a língua pra fora. À medida que ele crescia, começava a fazer coisas inadequadas: puxar o tapete, latir para as visitas, fazer xixi em qualquer canto, não fazer o que você pede. Contudo, você continua com o mesmo amor de sempre. Porque o amor é isso: mesmo com todos os defeitos do outro, amar do mesmo modo e sempre e sempre. A gente aprende a conviver com uma porção de coisas que na verdade não nos agradam, mas que são parte que constroem as pessoas que amamos. Tu conhece uma pessoa, se apaixona por ela e começa a saber o que finalmente é um ser humano: um mistura de Yin e Yang. Ainda creio que o amor, não só entre um homem e uma mulher, é a única coisa que supera essas rachaduras, esses defeitos de fábrica que já existem em nós quando pousamos neste mundo. Você pode passar uma semana, um mês sem ir para casa, mas quando você chegar no portão seu cachorro estará lá balançando o rabo e lambendo a sua cara como se você nunca tivesse o abandonado. A gente perdoa essas pequenas coisas porque o que permanece de verdade é muito maior do que isso. Todo dia é uma nova batalha interna e externa contra os outros e nós mesmos. O que ainda continua quando o sol se põe é o que realmente importa.
Música do post: Love me tender - Elvis Presley